A divergência política entre Wladimir Garotinho (PSD) e Rodrigo Bacellar (SD) não é novidade. Aliás, a questão é até familiar, relembrando o período em que os pais dos dois eram os nomes de maior destaque nas urnas em seus respectivos grupos. Apesar disso, o governador Cláudio Castro (PL) tem apoio tanto do prefeito de Campos, como do deputado estadual licenciado, que é seu secretário de Governo. Castro até tentou, sem sucesso, uma pacificação. Depois, em agendas pela planície, tentou diminuir o peso da briga política local na questão macro, no apoio a ele enquanto pré-candidato a governador. O resultado da eleição para a presidência da Câmara (aqui) — com o candidato apoiado pelo prefeito (Fábio Ribeiro, PSD) derrotado pelo irmão do secretário de Governo (Marquinho Bacellar, SD) — reacendeu a polêmica sobre os dois grupos apoiarem o governador. Wladimir, na manhã desta quarta-feira (16), negou que tenha dado qualquer declaração em tom de ameaça de rompimento com o governador:
— Eu não dei nenhuma declaração nesse sentido — afirmou Wladimir, ao ser questionado sobre a divulgação em um site (confira no Agenda do Poder) de que ele reavaliaria o apoio a Castro, devido à suposta influência de Rodrigo Bacellar na eleição do Legislativo campista.
Nessa terça-feira (15), a Câmara abriu os trabalhos do ano antecipando a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2023/2024. A base foi para a sessão com a chapa definida. Já a oposição usou como estratégia a propagação da informação de que não teria candidato definido, com dois nomes na disputa interna — mas, como destacou o blog nessa terça, isso seria até as 17h. Tão certo como dois e dois são quatro, até mesmo pelo discurso bem alinhado de todos os vereadores, havia certeza de que um deles abriria. A surpresa mesmo, guardada até o último momento, foi o nome de Marquinho Bacellar — a aposta, desde o ano passado, era Helinho Nahim (PTC) ou Nildo Cardoso (PSL).
Apesar de ter a assinatura de apoio apenas de 13 vereadores, incluindo a sua, Fábio pautou a eleição. No grupo governista, existia ainda a expectativa de ter um ou dois votos dos que estavam na lista da oposição. Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. A oposição teve os 12 votos que contava como certo e conseguiu o apoio de Maicon Cruz (PSC), que assinou com Fábio, mas votou em Marquinho. O placar foi de 13 a 12 para o líder da oposição. Devido a um tumulto, envolvendo Maicon e Juninho Virgílio (Pros), a sessão foi suspensa e, posteriormente, encerrada, sem que a composição da Mesa fosse votada — o que é previsto para a reunião desta quarta.
Sobre o resultado da eleição na Câmara, Wladimir não quis fazer nenhum comentário: "Isso é uma questão interna da Casa de Leis. O que apenas posso dizer é que seguirei com retidão e muito trabalho no Executivo".