Fôlego para o governo
Sem os 13 votos necessários para aprovar a mudança do Código Tributário de Campos, em que só não houve derrota na sessão da última quarta-feira (16) porque o regime de urgência foi reprovado (
aqui), os aliados do governo não têm mais pressa de colocá-lo em pauta. As articulações continuam, mas aliados de primeira hora do prefeito Wladimir Garotinho (PSD) não veem com bons olhos o retorno das discussões agora. O Legislativo entrará em recesso no próximo mês e aliados governistas acreditam que esse tempo pode dar fôlego para o governo conseguir a maioria absoluta da Casa. Nessa conta, não entra o voto do presidente Fábio Ribeiro (PSD).
Prerrogativas do presidente
Em projetos que exigem maioria absoluta, Fábio não vota. Mas é dele a prerrogativa de pautar. Por ora, a expectativa é que o Código Tributário fique na gaveta, assim como a reanálise das contas de 2016 da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Pros). A reprovação na Câmara (
aqui), de 2018, seguindo parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), foi anulada pela atual legislatura em fevereiro. Naquele tempo, Wladimir tinha ampla maioria na Casa. Só que tudo mudou. E o governo que encontra dificuldades para chegar a 13 votos e mudar o Código Tributário, sabe que é ainda mais difícil chegar aos 17 das contas, ainda que nesse caso Fábio Ribeiro vote.
Cálculos e mistérios
Muitos foram os cálculos para tentar saber se o governo tinha ou não maioria absoluta na Câmara. Com a volta de Thiago Rangel (Pros), que teve aliados nomeados (
aqui) na Empresa Municipal de Habilitação (Emhab), o governo chegou a 12. Faltava um. Na mira estava Maicon Cruz (PSC), e havia expectativa de contar com o até então licenciado Marcione da Farmácia (DEM). Ele voltou aos trabalhos dia 16, chegou a assinar (
aqui) emendas com a base — sinalizando apoio aos governistas. Além disso, assessores garantiram sua presença na sessão. Não apareceu e na quinta-feira (17) pediu mais 15 dias de licença (
aqui): a contar da quarta da sessão.
Ligação decisiva?
Também na mira do governo, Maicon informou à coluna (
aqui), na semana passada, que votaria contra as alterações do Código Tributário apresentadas em 25 de maio. Porém, aguardava as mudanças que seriam apresentadas pelo Executivo após o diálogo com o setor produtivo. Mas, como publicou o blog Opiniões, na quarta (
aqui), até poucas horas antes da sessão o voto dele era considerado dúvida. Ele não respondeu à demanda gerada sobre o assunto, reforçando a dúvida. Ainda segundo o Opiniões (
aqui), uma ligação do secretário estadual de Governo, Rodrigo Bacellar (SD), definiu a posição do edil. Maicon nega qualquer influência de Bacellar na sua decisão.
Regimento e DO
Com o Código Tributário na gaveta no mínimo até o recesso, salvo uma reviravolta que não é esperada nem mesmo por interlocutores governistas, a mesa diretora estuda mudanças no Regimento Interno, considerado por alguns uma “colcha de retalhos”. Já nos bastidores, os indicativos de como o governo conduzirá a relação com os vereadores contrários e favoráveis ao projeto do Código Tributário virão nas próximas edições do Diário Oficial. Afinal, foi derrota para o governo a não aprovação e a toda discussão era vista como um “divisor de águas”. Já quem se manteve na base, agora, cobra pelo desgaste que teve perante o setor produtivo.
Movimentos
Em edição suplementar do Diário Oficial dessa sexta-feira (18), alguns exemplos apareceram. Wladimir exonerou (
aqui) da Fundação Municipal de Esportes (FME) nomes que são ligados aos vereadores Bruno Vianna (PSL) e Raphael Thuin (PTB). Eles, com Fred Machado (Cidadania), foram a favor de 12 dos 13 projetos do pacote do prefeito, mas retiraram o apoio no Código Tributário. Entre os exonerados, Fábio Cobosk, presidente da FME desde a gestão passada, quando Thuin deixou o cargo para disputa a vereador. Ainda esperando um voto, o movimento de Wladimir é brusco, e mostra como o caso será tratado, mas só o tempo dirá se é inteligente.
Pesquisa
O Laboratório Plinio Bacelar dá mais um passo e inicia, nos próximos meses, uma pesquisa inédita na região. O levantamento irá avaliar a produção de anticorpos em pessoas vacinadas contra Covid-19. A pesquisa analisará pacientes do laboratório para saber a quantidade de anticorpos produzidos pós-vacina e poderá servir de base para outros estudos científicos com objetivo de avançar e abrir novas frentes no combate e prevenção da doença provocada pelo novo coronavírus e que, somente no Brasil, já provocou a morte de quase 500 mil pessoas.
Agasalho
O inverno começa oficialmente no Brasil nos primeiros minutos desta segunda-feira (21) — exatamente à 0h32. E este final de outono tem sido frio na região. Varre-Sai, no Noroeste Fluminense, registrou 5°C na última quarta. Campos também tem passado por noites frias. E todos os anos campanhas são lançadas para oferecer agasalhos a quem não tem. Uma dessas campanhas é da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf), que todas as quintas-feiras recebe doações. O destino dos agasalhos é a ocupação das casas do Minha Casa, Minha Vida no conjunto habitacional Novo Horizonte.