Vice-presidente da executiva estadual do PSL, o deputado federal Felício Laterça decretou intervenção no diretório do partido em Campos. Com isso, o atual presidente municipal, Bruno Vianna – filho do deputado Gil Vianna, morto em maio com complicações da Covid-19 – foi destituído do cargo. A indicação de Laterça para a liderança da legenda é o ex-vereador e ex-secretário de Agricultura Nildo Cardoso.
Presidente estadual do partido, o também deputado federal Sargento Gurgel falou que a decisão estava a cargo de Felício Laterça. O parlamentar, nascido em Campos, lançou a pré-candidatura do ex-comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), Fabiano Santos (aqui). No entanto, Laterça declarou que havia um movimento no diretório para apoiar outro pré-candidato.
— Havia uma resistência dentro do partido à pré-candidatura própria do Fabiano. Sem o devido aval da executiva estadual, havia um movimento para apoiar um pré-candidato de outro partido. Vamos fazer uma política partidária e não com projeto pessoal — afirmou Felício, sem querer revelar qual seria a outra pré-candidatura.
Em entrevista no dia 21 de julho no Folha no Ar, na Folha FM 98,3, Bruno havia dito que a tendência do PSL era não lançar nome próprio a prefeito (aqui), mas apoiar ou a pré-candidatura do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) ou a do prefeito Rafael Diniz (Cidadania), embora ainda estivessem abertos à conversas.
— Respeito qualquer decisão vinda do diretório estadual ou nacional do PSL, partido que me acolheu tão respeitosamente. Sigo trabalhando em nossa região, dando continuidade ao trabalho valoroso e reconhecido deixado pelo meu pai, deputado Gil Vianna, que esteve à frente do diretório regional até o seu falecimento. Nosso trabalho sempre será em prol da população, sobretudo pelo crescimento de Campos e de todo o interior do Estado — afirmou Bruno Vianna, que complementou: "Tenho orgulho de compor a última nominata montada pelo meu pai. Essa oportunidade é única e honrosa".
Com 23 anos, Bruno assumiu a direção local do PSL em 26 de maio (aqui), uma semana após a morte de Gil Vianna, após encontro com Sargento Gurgel. Além de líder do partido em Campos, Gil também era o pré-candidato a prefeito pela legenda.
No encontro, Gurgel falou que a presidência de Bruno seria uma forma de homenagear o pai. “Por todo o trabalho realizado pelo deputado Gil Vianna e também como forma de homenageá-lo, nada mais justo que o Bruno Vianna, seu filho, assuma a liderança do PSL em Campos e região, dando continuidade nessa importante história”.
Próximo presidente do diretório, Nildo Cardoso afirmou que não haverá qualquer tipo de perseguição e que a pré-candidatura de Bruno a vereador será mantida.
— As conversas sobre essa possibilidade (da intervenção) começaram há 15 dias. Não estava na minha cabeça assumir esse cargo, até por causa dos meus compromissos pessoais. Surgiu o convite para comandar o partido após decisão da presidência nacional para que o PSL tenha candidatura própria em todas as cidades com mais de 200 mil eleitores, como Campos. Sou filiado desde o ano passado, através do Gil Vianna, que, infelizmente, nos deixou. Falei ontem (quinta-feira, 20) com Bruno sobre essa possibilidade, que se consolidou hoje. E fiz o convite para que integrantes da gestão do Bruno fizessem parte do diretório. Não quero fique como alguma coisa unilateral — disse o ex-vereador, que completou:
— Temos um compromisso pela pré-candidatura do Fabiano Santos e também na manutenção das pré-candidaturas a vereador de todos que já tinham colocado seus nomes, inclusive do Bruno. Sem exceção. Existem regras e a questão da candidatura própria é uma delas.