Após forte temporal, rio Paraíba do Sul atinge 8,78 metros em Campos
Mario Sergio Junior e Camilla Silva 02/03/2020 12:06 - Atualizado em 10/03/2020 14:28
Rio Paraíba chegou a 8,54 metros
Rio Paraíba chegou a 8,54 metros / Genilson Pessanha
Após um fim de semana de chuva, municípios da região voltaram a registrar inundações na região Noroeste Fluminense. Nesta segunda-feira (2), o rio Itabapoana, em Bom Jesus de Itabapoana, está 70 cm acima de sua cota de transbordo, que é de 2,10 m. O Muriaé também ultrapassou a cota em Laje do Muriaé, Itaperuna e Italva, segundo a Defesa Civil Regional, no entanto, não há informações de desalojados ou desabrigados. Em Campos, o rio Paraíba do Sul subiu para 8,78, de acordo com a última medição realizada na noite desta segunda.
Chove no município desde a noite de quinta-feira (27) e o acumulado em algumas áreas do município, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), é de 132,8mm. Há relatos de falta de energia em diversas cidades do Norte Fluminense. Neste verão, as cheias e deslizamentos de terra causados pelo alto volume de chuva são recorrentes. Em janeiro, mais de 21 mil pessoas tiveram que deixar suas casas devido a problemas relacionados à situação.
— Os rios continuam subindo já que as águas das chuvas de Minas ainda estão passando por aqui. Ainda tem previsão de 24 horas de subida, mas isso depende da confirmação da previsão para os próximos dias. Se confirmar, os rios podem subir bastante ainda — afirmou o coordenador regional da Defesa Civil, Joelson Oliveira.
Segundo a Enel, concessionária que atua no estado do Rio, os municípios de Campos, Macaé, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra e São Fidélis tem localidades com problemas no fornecimento de energia elétrica. Em nota, a empresa informou que as fortes chuvas com ventos que atingiram a região Norte do Estado causaram danos à rede elétrica, interrompendo o fornecimento de energia para alguns clientes. “A companhia esclarece que todas as equipes técnicas estão mobilizadas e seguem trabalhando para restabelecer o serviço nas áreas afetadas o quanto antes”, acrescentou.
Em Campos, a maior intensidade da chuva ocorreu no final de semana. Nas últimas 48 horas, foram registrados 88mm e ainda rajadas de vento, que chegaram a 72km/h. Depois do forte temporal que atingiu o município, as equipes da Defesa Civil seguem no reparo dos danos causados. Outros municípios da região também registraram transtornos.
De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), o tempo instável em Campos deve prosseguir até a próxima sexta-feira (6). Para esta segunda (2), a previsão é de 90% de probabilidade de chuvas periódicas, com temperatura que varia entre 21°C e 26°C.
Ainda segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, há previsão de mais chuva para esta semana em Campos. Em caso de emergência, os telefones de contato da Defesa Civil são: 199 ou 22- 98175 2512.
— O acumulado de 1º de janeiro até março deste ano é de 305,8mm de chuva. No ano passado, no mesmo período, foram 144,9 mm. A Defesa Civil está em estágio de atenção e a previsão é de mais chuva para Campos nos próximos dias. O rio Paraíba atingiu na manhã desta segunda a cota de 8,54m. A vazão na Ilha dos Pombos foi aumentada para 1.500m3/s e a previsão é de que o nível do rio suba ainda mais nas próximas horas — frisou o major Edison Pessanha.
Houve queda de árvore em vários pontos da cidade chegando a interditar algumas vias. Na noite de domingo, a Defesa Civil esteve em pontos como a rua Benta Pereira e avenida Gilberto Cardoso para remoção. No Novo Jóquei, um muro caiu e atingiu uma mulher que foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil esteve no local e a família foi para casa de parentes.
Na rua Felipe Uébe, onde uma árvore caiu e obstruiu a via, o fluxo de veículos já havia sido liberado na manhã desta segunda-feira (2), mas na ciclovia ainda tinha pedaços da árvore atrapalhando a passagem de ciclistas. O tronco da árvore foi cortado em pedaços para posterior remoção.
Pedaços de árvore ainda atrapalham ciclovia
Pedaços de árvore ainda atrapalham ciclovia / Genilson Pessanha
Região - Em São João da Barra foram registrados 103,5mm em cerca de três horas de chuva. Por conta disso, a secretaria de Segurança Pública, com todo seu aparelhamento (Guarda Civil Municipal e Proes), principalmente com atuação da coordenação da Defesa Civil Municipal e apoio de outras secretarias do governo Carla Machado, esteve nas ruas desde a tarde de domingo.
A força-tarefa agiu em alagamentos, com abertura de valas para escoamento da água - uma retroescavadeira foi deslocada até o Pontal de Atafona -, atendimento à população e monitoramento de diques e do rio Paraíba do Sul, que na medição no início da noite chegou a 5,70 metros, sendo que o nível de transbordo é de 8 metros.
O município não registrou desabrigados, mas a Defesa Civil chegou a atender mais de 30 solicitações. O órgão segue em regime de plantão 24 horas e mantém dois números de telefone para que a população possa comunicar quaisquer problemas: 199 e 2741-8370.
Em Itaperuna, a Prefeitura voltou a determinar estágio de alarme no monitoramento do nível do rio Muriaé, que ultrapassou a cota de transbordo nesse domingo. A Prefeitura informou também que o risco de deslizamento de encostas continua alto. Há previsão de muita chuva para esta segunda. "Orientamos à população ribeirinha e aos que residem em edificações situadas sob ou sobre taludes (barrancos) que protejam seus documentos e pertences pessoais, colocando-os em local seguro; levantem móveis e eletrodomésticos e busquem alojamento com parentes ou conhecidos, acionando o Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil pelas linhas 199 ou 3824.6334 caso notem qualquer alteração estrutural em suas casas", informou. 
Em São Francisco de Itabapoana, as aulas da rede municipal foram suspensas devido à chuva. Segundo a prefeita da cidade, Fracimara Barbosa Lemos, duas casas ficaram destelhadas em Gargaú e as famílias tiveram que deixar o local, e parte de uma residência na praia de Santa Clara desabou. Em vários pontos, o vento derrubou árvores e postes.

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