Defesa Civil afirma que há risco de novos desabamentos em prédio no Centro
De acordo com o coordenador de Defesa Civil de Campos, major Edison Pessanha, que esteve no local na manhã desta segunda, o proprietário do imóvel é notificado pelo órgão desde 2018. Ele lembrou que, também em 2018, um reboco da fachada chegou a cair sobre um toldo de um estabelecimento comercial que funcionava no térreo do edifício. "Recomendamos, na época, que fosse realizada uma obra para o escoramento. Não foi realizada, colocaram apenas um tapume”, disse.
Uma equipe, constituída de seis agentes da Guarda Civil Municipal, ficou posicionada em frente ao cordão de isolamento da área para que veículos não passassem pelas vias. Os guardas informaram que o cruzamento ficaria fechado durante todo o dia.
Apesar do cordão de isolamento, pedestres passavam ao lado do prédio, colocando as próprias vidas em risco. “Nós já fizemos as sinalizações, mas os transeuntes abaixaram as faixas e permanecem passando. Pedimos mais atenção por parte deles”, afirmou o Edison Pessanha, preocupado com a segurança de quem passa ao lado do edifício na rua Barão do Amazonas.
No interior do imóvel, exposto pelo desabamento de parte da fachada, é possível detectar vários pontos de rachaduras nas paredes. A presidente do Coppam, Cristina Lima, disse que o imóvel corria risco de desabamento e que o proprietário já havia sido notificado.
— Amanhã (terça) estarei no Coppam revisando todos os processos referentes ao edifício e teremos uma reunião às 10h. O prédio corria risco de desabamento e nós notificamos o proprietário há seis meses, pedindo providências sob risco de multa. Ele colocou um tapume ali e não segurou. As providências que ele tomou não funcionaram e com o desabamento isso está provado — disse Cristina.
Município já registrou outros desabamentos
Ao longo dos últimos anos, Campos já contabilizou outras quedas de prédios antigos. Em outubro de 2019, parte do revestimento da fachada de um prédio de três andares, que fica na rua Carlos Lacerda, no Centro. Segundo populares, um motociclista passava pela rua no momento em que as peças de granito caíram e quase foi atingido. Em setembro de 2019, a fachada de uma casa na avenida 28 de Março desabou. O prédio já apresentava riscos e o que sobrou da estrutura foi demolida.
Já no dia 25 de junho de 2018, parte do antigo Hotel Flávio desmoronou. Logo após o incidente, a família proprietária do prédio solicitou ao Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam) a demolição do quarto andar do imóvel. A proposta foi aceita, mas com ressalvas. Após inúmeros debates acerca do prédio, o imóvel foi colocado à venda. Construído no século XIX e com mais de 170 anos, o prédio do Hotel Flávio foi abandonado há vários anos. Ele pertencia a membros da família Carneiro Mendonça, ligada ao histórico comendador José Carneiro da Silva, o Visconde de Araruama.
Em agosto de 2014, tijolos e azulejos da fachada de um prédio antigo do Centro de Campos caíram no Boulervard Francisco de Paula Carneiro (calçadão).
Em novembro de 2008, parte do prédio do Cine Capitólio cedeu ontem à tarde, afetando a estrutura de uma residência ao lado. Paredes laterais desabaram, provocando também o desabamento do teto do cinema mais antigo de Campos.
Em 2003, um prédio na esquina da Sete de Setembro com Carlos Lacerda também desabou e duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na ocasião.