Marcelo Bretas manda soltar Alcione Athayde e a filha Myra
19/02/2020 17:23 - Atualizado em 19/02/2020 17:26
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, determinou a soltura da ex-deputada federal Alcione Athayde e de sua filha, a advogada Myra Athayde, que é namorada do doleiro Dario Messer. Alcione é prima do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) e as duas são acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de integrar o núcleo criminoso liderado por Messer.
Elas foram presas durante a operação Patrón, em novembro do ano passado, e seriam responsáveis, segundo a denúncia, pela implementação do transporte e recebimento dos recursos financeiros ocultos.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações identificaram 20 milhões de dólares que teriam sido ocultados por Dario Messer, dos quais 17 milhões foram colocados em um banco do arquipélago caribenho das Bahamas e o restante dividido entre doleiros, casas de câmbio, políticos e empresários do Paraguai. 
Messer, por sua vez, teve sua prisão decretada em maio de 2018 pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro na Operação Câmbio, Desligo. Depois de ficar foragido por mais de um ano, ele foi preso em julho de 2019, acusado de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e participação em organização criminosa.
 
 
Segundo o MPF, Myra fazia parte do núcleo administrativo da organização e teria recebido no Paraguai dinheiro endereçado a Messer. Seu nome batizava contas em planilhas. De acordo com mensagens obtidas pela PF, Myra recebia US$ 10 mil mensais de Antonio Joaquim da Mota, fazendeiro que ocultava dinheiro para Messer e ligado ao tráfico na fronteira entre Paraguai e Brasil.
Ainda de acordo com o MPF, Myra passou a fazer viagens internacionais, principalmente para o Paraguai, mas também Nova York e Miami, e abriu uma empresa nos Estados Unidos, a Goodhope Consulting LLC. O MPF também aponta para as conversas de Myra com outros acusados em cidades como Pedro Juan Caballero, no Paraguai, Bariloche e Assunção.
Outra prisão - Alcione já foi presa em 2008 no âmbito da Operação Pecado Capital, que investigou esquema de corrupção na pasta da Saúde do governo de Rosinha Garotinho. A operação é chamada de Patron, ou seja, “patrão” em português, uma referência ao apelido dado por Messer ao ex-presidente paraguaio.

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    Aldir Sales

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