A semana foi marcada, mais uma vez, pelo racha no PSL do presidente Jair Bolsonaro e a guerra de listas que culminou com a nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) na liderança do partido na Câmara dos Deputados no lugar de Delegado Waldir (GO). Nesta guerra interna sobrou também para o campista Felício Laterça, que foi destituído da vice-liderança pelo filho do presidente. O ex-delegado da Polícia Federal de Macaé postou um vídeo nas redes sociais reafirmando apoio a Bolsonaro, mas criticou a atuação de Eduardo para assumir o cargo e afirmou que faltou transparência.
“Mantive a minha convicção, a minha coerência e exigi que fosse feito de uma forma democrática. Por essa razão meu nome não figurou na lista de Eduardo Bolsonaro. Se querem fazer, vamos fazer de forma clara e transparente”, disse Laterça.
O deputado fluminense também explicou porque foi contra a liderança de Eduardo Bolsonaro:
— O Eduardo Bolsonaro, no início da nossa legislatura, queria vir como primeiro vice-líder e o candidato dele à liderança era o Delegado Waldir. Eu me opus por entender que precisaríamos distanciar o Parlamento da presidência da República. Naquela ocasião, houve o entendimento e ele mesmo abriu mão. E, nessa semana, tivemos todo esse burburinho. A questão da liderança (do Delegado Waldir) já havia sido questionada. E sabe quem questionou? Felício Laterça. (Fizemos uma) reunião, que aconteceu no dia 10 de setembro, e ficou decidido pela maioria que só deveria ocorrer (uma nova escolha) no próximo ano.
Laterça não citou nomes, mas acusou colegas do PSL de usarem de suas influências para manter privilégios. “Novos fatos surgiram, mas, ao invés de adotar o recurso democrático de convocar uma reunião, de chamar as pessoas, aconteceu um movimento na surdina, um movimento nas sombras para tentar colocar o Eduardo como líder. Nós queremos Eduardo Bolsonaro embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Esse é o nosso desejo. Aí, de um movimento partido de alguns deputados que tinham altos cargos na liderança do PSL. Cargos que eu não tenho. Essas pessoas, com divergência com o então líder, correram para pedir o apoio de outro, talvez para manter seus privilégios. Pessoas que dizem ser a nova política, mas nem todas são”.
Apesar das divergências, Felício Laterça reafirmou o apoio ao presidente Jair Bolsonaro: “Isso foi um pequeno episódio que aconteceu. Vocês entenderam minha postura, sabendo que continuo apoiando o presidente enquanto ele estiver com as bandeiras defendidas na campanha, de moralizar o país”.