A guerra das listas entre os deputados Delegado Waldir (PSL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na disputa pela liderança do partido na Câmara dos Deputados escancarou as portas do racha interno do partido do presidente Jair Bolsonaro. De um lado, os chamados “bolsonaristas”, que se mantém fiéis ao Palácio do Planalto. Do outro, a ala dos parlamentares descontentes com o tratamento do governo com eles próprios e com o presidente da legenda, Luciano Bivar, alvo de investigações sobre um esquema de candidaturas laranjas. Nesta queda de braço o goiano obteve as assinaturas da maioria e se manteve no cargo. Único deputado do Norte Fluminense eleito pelo PSL, o campista Felício Laterça assinou seu nome na lista de apoio a Waldir, contrariando Bolsonaro. Procurada pela reportagem, a assessoria de Laterça informou que ele não se manifestaria sobre o assunto.

Em áudio vazado na última quinta-feira, Waldir chamou o presidente de “vagabundo” e que iria “implodir” Bolsonaro. Nesta sexta-feira, em entrevista ao Estadão, o deputado voltou a falar a mesma coisa e se disse vítima de traição por parte de Bolsonaro.

Na mesma entrevista, o parlamentar goiano afirmou que Bolsonaro tentou comprar deputados com cargos para beneficiar o filho e não descartou a abertura de processo de impeachment.

Desde a semana passada, as alas ligadas a Bolsonaro e a Bivar travam uma disputa interna. Após as denúncias de candidaturas laranjas, o presidente chegou a dizer que o comandante da legenda estava “queimado” e que pensava em mudar de partido.

Além de ataques nas redes sociais, os dois grupos travam batalhas de poder. Os bivaristas suspenderam cinco deputados bolsonaristas e destituíram Eduardo e Flávio Bolsonaro dos diretórios de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.