O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou a queixa-crime por calúnia do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) contra o juiz Glaucenir Oliveira, responsável por duas prisões do político da Lapa nas operações Chequinho e Caixa d'Água.
No fim de 2017, Glaucenir compartilhou, em um grupo de juízes no WhatsApp, áudio em que diz que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu dinheiro para conceder habeas corpus a Garotinho. Na semana passada, o TJRJ condenou o magistrado a pagar R$ 27 mil em danos morais a Gilmar.
Na queixa-crime de Garotinho, o ex-governador alegava que ele sofreu a mesma calúnia cometida contra Gilmar. No entanto, o nome dele não é citado no áudio. O que Glaucenir fala é que ouviu comentários sobre favorecimentos "inclusive do grupo do Bolinha".
Prevaleceu a divergência aberta pelo desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres. Segundo ele, Glaucenir não disse claramente que Garotinho cometeu corrupção. Além disso, o juiz se desculpou pelo áudio, o que justificaria o encerramento do caso, segundo Torres.