Mar continua avançando e derruba mais um pedaço do muro de casa em Atafona
22/03/2019 17:25 - Atualizado em 22/03/2019 17:41
Mar continua avançando em Atafona
Mar continua avançando em Atafona / Victor Azevedo
O avanço do mar continua assustando em Atafona nesta sexta-feira (22). Na quinta-feira (21), como o blog noticiou (aqui), uma parte do muro da residência de Sônia Ferreira desabou. Ela é filho do ex-deputado federal Alair Ferreira (1920-1987) e a casa uma referência na praia sanjoanense, já que por muitos anos foi palco do Atafolia. Nesta sexta, ainda com a maré alta de lua cheia, mais um pedaço do muro desabou. Um tapume tinha sido improvisado no local que o mar derrubou na quinta, mas não resistiu às novas investidas do mar.
Além da casa de Sônia Ferreira, outras residência estão sofrendo com o avanço do mar, principalmente ao nas proximidades da foz do Paraíba, já atingindo algumas casas do bairro da Baixada. 
Água continua avançando no litoral de SJB
Água continua avançando no litoral de SJB / Sônia Ferreira
O avanço do mar na praia de Atafona já é notícia, ao menos, desde a década de 1950, quando foi noticiado pelo extinto jornal campista Folha do Povo, em 17 de fevereiro de 1959. E desde lá, existia a expectativa sobre um “espigão” para salvar o Pontal. Depois de 60 anos, a esperança é a mesma.
Há 10 anos, o prédio do Julinho caiu. Durante esse tempo, as ruínas do edifício funcionaram como uma espécie de um pequeno “quebra-mar” para a casa vizinha, a de Sônia Ferreira.
A situação no balneário sanjoanense é uma queixa antiga de moradores e entidades da sociedade civil organizada, mas enquanto o projeto de contenção do mar, viabilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) e aguardado há pelo menos cinco anos, não sai do papel, a Defesa Civil de SJB realiza medidas paliativas para tentar amenizar a situação. No próximo dia 28, o procurador da República, Bruno de Almeida Ferraz, irá se reunir com representantes da sociedade civil, órgãos públicos e especialistas para discutir sobre a erosão costeira em Atafona. O mar revolto também provocou transtornos no Açu.
Em nota, a Prefeitura de São João da Barra informou que a tábua da maré prevê para essa semana a altura do mar em até 1,70m, com previsão de ressaca: “Após analisar a tábua de maré, prevendo para essa semana cheia de até 1,70, com previsão de ressaca, a coordenadoria de Defesa Civil utilizou caminhões de areia para formar uma barragem e evitar a chegada da água em pontos mais vulneráveis da praia. No entroncamento das ruas Nossa Senhora da Penha com Feliciano Sodré, onde fica a residência que teve parte do muro derrubada, também já foi realizada recentemente contenção com areia e sacos de areia e novas ações emergenciais no local estão previstas. A areia utilizada foi proveniente da limpeza e manutenção da avenida Atlântica, para retorno ao mar, atendendo a condicionante da licença ambiental do Inea (Instituto Estadual do Ambiente)”.

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    Arnaldo Neto

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