O avanço do mar continua assustando em Atafona nesta sexta-feira (22). Na quinta-feira (21), como o blog noticiou (aqui), uma parte do muro da residência de Sônia Ferreira desabou. Ela é filho do ex-deputado federal Alair Ferreira (1920-1987) e a casa uma referência na praia sanjoanense, já que por muitos anos foi palco do Atafolia. Nesta sexta, ainda com a maré alta de lua cheia, mais um pedaço do muro desabou. Um tapume tinha sido improvisado no local que o mar derrubou na quinta, mas não resistiu às novas investidas do mar.
Além da casa de Sônia Ferreira, outras residência estão sofrendo com o avanço do mar, principalmente ao nas proximidades da foz do Paraíba, já atingindo algumas casas do bairro da Baixada.
O avanço do mar na praia de Atafona já é notícia, ao menos, desde a década de 1950, quando foi noticiado pelo extinto jornal campista Folha do Povo, em 17 de fevereiro de 1959. E desde lá, existia a expectativa sobre um “espigão” para salvar o Pontal. Depois de 60 anos, a esperança é a mesma.
Há 10 anos, o prédio do Julinho caiu. Durante esse tempo, as ruínas do edifício funcionaram como uma espécie de um pequeno “quebra-mar” para a casa vizinha, a de Sônia Ferreira.
A situação no balneário sanjoanense é uma queixa antiga de moradores e entidades da sociedade civil organizada, mas enquanto o projeto de contenção do mar, viabilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) e aguardado há pelo menos cinco anos, não sai do papel, a Defesa Civil de SJB realiza medidas paliativas para tentar amenizar a situação. No próximo dia 28, o procurador da República, Bruno de Almeida Ferraz, irá se reunir com representantes da sociedade civil, órgãos públicos e especialistas para discutir sobre a erosão costeira em Atafona. O mar revolto também provocou transtornos no Açu.
Em nota, a Prefeitura de São João da Barra informou que a tábua da maré prevê para essa semana a altura do mar em até 1,70m, com previsão de ressaca: “Após analisar a tábua de maré, prevendo para essa semana cheia de até 1,70, com previsão de ressaca, a coordenadoria de Defesa Civil utilizou caminhões de areia para formar uma barragem e evitar a chegada da água em pontos mais vulneráveis da praia. No entroncamento das ruas Nossa Senhora da Penha com Feliciano Sodré, onde fica a residência que teve parte do muro derrubada, também já foi realizada recentemente contenção com areia e sacos de areia e novas ações emergenciais no local estão previstas. A areia utilizada foi proveniente da limpeza e manutenção da avenida Atlântica, para retorno ao mar, atendendo a condicionante da licença ambiental do Inea (Instituto Estadual do Ambiente)”.