As buscas às vítimas do rompimento de uma barragem da Vale, em Brumadinho (MG), chegaram ao sétimo dia nesta quinta-feira (31). Dos 110 mortos confirmados até agora, 71 foram identificados. No início da tarde, a Defesa Civil atualizou o número de desaparecidos para 238. Até agora, 395 pessoas foram localizadas. O número de pessoas desalojadas é de 108, segundo o governo de Minas Gerais. Neste sétimo dia de buscas, os trabalhos foram retomados por volta das 4h. Foram coletadas amostras de DNA de 210 pessoas de 108 famílias para ajudar nos trabalhos de identificação das vítimas, segundo a Polícia Civil de MG. Justiça do Trabalho bloqueou mais R$ 800 milhões da Vale; total de bloqueios da empresa chega a R$ 12,6 bilhões.
Apesar do alerta de que a população não deve entrar em contato com a água do rio Paraopeba, atingido pelos rejeitos da barragem, a Defesa Civil de MG negou nesta quinta-feira (31) que há risco de desabastecimento.
"Não há nenhum indicativo de falta de água", disse o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil. No início da manhã, o governo de Minas Gerais orientou a população a manter uma distância de 100 metros da margem. A nota não detalha qual é o risco.
A Vale será responsável pela entrega de água, em qualidade potável, para moradores abaixo do Rio Paraopeba, ainda de acordo com a Defesa Civil.
A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.
Buscas - As buscas estão concentradas no refeitório da Vale e na área da pousada, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Nesta fase das buscas um balão é usado para ajudar a monitorar a área atingida pela lama.
Por causa da forte chuva que atingiu Brumadinho na quarta-feira (30), e chegou a interromper pontualmente os trabalhos de resgate, a lama voltou a ficar mole na região. A lama mais fofa prejudica e dificulta as buscas pelas vítimas.
Nesta quinta-feira, os israelenses que reforçavam o trabalho dos bombeiros brasileiros deixaram os trabalhos de resgate. O grupo chegou no domingo (27), com 16 toneladas de equipamentos. Reforços de outros estados devem chegar para ajudar nas buscas.
Também nesta quinta, técnicos da Vale devem terminar a barreira de contenção no rio Paraopeba para evitar o avanço da lama.
Bombeiros passaram a usar máscaras para conseguir suportar o mau cheiro dos corpos em decomposição.