Um dia após um ônibus da empresa Rogil ser incendiado em Três Vendas, no município de Campos, o transporte público seguiu suspenso nesta terça-feira. O presidente da empresa, Gilson Siqueira, informou por telefone que o serviço foi interrompido por falta de segurança. O Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) recebeu uma comissão de moradores da localidade nesta terça e informou que os ônibus voltam a circular nesta quinta-feira com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que vai garantir a segurança de moradores e funcionários da empresa.

Na tarde desta terça, uma viatura da Polícia Militar fazia a segurança no local. O veículo queimado continuava à margem da rodovia completamente destruído. Moradores da localidade relataram não aprovar a medida tomada por manifestantes, que ainda não foram identificados, mas pontuaram que a comunidade sofre com os problemas da escassez de horários para atender a população.

— É injusta essa situação que a gente vive. Não pode trabalhar, um filho nosso não pode fazer faculdade. Não é certo o que fizeram, mas também não é certo o que fazem com a gente — contou um morador que preferiu não se identificar.

  Quem precisou ir ao Centro da cidade, nesta terça, teve que desembolsar R$ 7,60, preço da passagem intermunicipal, trajeto feito pela empresa Brasil.

O presidente do IMTT, Felipe Quintanilha, e o diretor de Transportes, Alexandre Santos, acompanhados de um representante da secretaria de Governo, receberam a comissão formada por quatro moradores de Três Vendas, interessados em resolver a situação do transporte. “Eles têm consciência de que este tipo de atitude é prejudicial a eles mesmo porque o ato de vandalismo acabou deixando toda comunidade sem transporte. Ouvimos atentamente as reivindicações e vamos providenciar os ajustes necessários”, informou Quintanilha ao acrescentar que a comissão solicitou regularidade dos horários e ônibus aos domingos.

Na manhã da última segunda-feira, uma manifestação de cerca de 50 pessoas interditou o km 120 da BR 356, por quase três horas. Segundo o grupo, a empresa responsável pelo transporte teria mudado os horários, mas continuava sem cumpri-los. Nos fins de semana, o transtorno seria maior, segundo os moradores.

A Polícia Civil informou que a perícia técnica foi solicitada, mas a ocorrência não foi apresentada na 146ª DP (Guarus) e, portanto, ainda não há informações sobre a investigação do caso.