Moradores incendeiam ônibus e fecham BR 356 em protesto
Catarine Barreto e Camilla Silva 07/01/2019 13:25 - Atualizado em 08/01/2019 15:20
  • Ônibus chegou a ser incendiado

    Ônibus chegou a ser incendiado

  • Ônibus chegou a ser incendiado

    Ônibus chegou a ser incendiado

  • Ônibus chegou a ser incendiado

    Ônibus chegou a ser incendiado

  • Ônibus foi incendiado durante manifestação

    Ônibus foi incendiado durante manifestação

  • Ônibus foi incendiado durante manifestação

    Ônibus foi incendiado durante manifestação

Um ônibus da empresa Rogil foi incendiado em uma manifestação na localidade de Três Vendas, na manhã desta segunda-feira, interditando o km 120 da BR 356. O ato, que reuniu cerca de 50 pessoas, começou por volta das 9h. Segundo o grupo, a empresa responsável pelo transporte público no local teria mudado os horários, mas continuaria sem cumpri-los. Nos fins de semana, o transtorno com os veículos seria maior, segundo os moradores, que reclamaram, ainda, da falta de água e tratamento de esgoto no local e de problemas com iluminação pública. A pista foi liberada por volta das 11h45, mas a empresa não voltou a circular alegando falta de segurança. O presidente do Instituto de Trânsito e Transporte (IMTT) classificou a ação como ato de vandalismo. Até o fechamento desta edição, não estava definido se o serviço seria restabelecido nesta terça-feira.
Uma das reivindicações dos manifestantes é para que o IMTT libere veículos de transporte alternativo para cobrir os horários em que os ônibus não circulam. Os moradores relataram que depois das 8h apenas dois coletivos passam: um às 10h30 e outro às 12h. Além disso, os manifestantes declararam que, quando conseguem embarcar, há problemas relacionados à lotação e às más condições da frota.
De acordo com Fernando César, morador do bairro há 31 anos, quem precisa trabalhar ou ir estudar tem que pegar um transporte intermunicipal, que custa mais caro: “Tenho um filho que trabalha em uma rede de supermercado e, como o transporte para cá é quase impossível, para não perder o horário de serviço, ele tem que pagar R$ 7 no ônibus da empresa Brasil para conseguir chegar a tempo. É um absurdo você pagar seus impostos e não ter nem um transporte público decente”.
Segundo o IMTT, Três Vendas vinha sendo atendida, diariamente, com 15 horários. O órgão ficou ciente de que aos domingos a empresa não estava operando e, por isso, notificou a Rogil para regularizar os serviços.
O presidente do IMTT, Felipe Quintanilha, lamentou o ato de vandalismo e salientou que uma reformulação no sistema de transporte está em fase de implementação. “O edital de licitação das linhas do sistema alimentador, que será realizado por vans e micro-ônibus, vai ser divulgado ainda este mês. Em abril, os ônibus atuarão na área central e os outros veículos realizarão o transporte entre os terminais de integração e os distritos”, explicou.
O presidente da Rogil, Gilson Menezes, afirmou que os ônibus cumpriam todos os horários até o momento do incidente: “Nós não sabemos o porquê dessa depredação. A empresa rodou a manhã inteira, desde às 5h. Até que às 10h, fizeram esta covardia. Agora está tudo parado, por causa da falta de segurança”.
Em nota, a Polícia Civil informou que uma ocorrência foi aberta na 146ª Delegacia de Polícia, de Guarus, para apurar a situação.
  • Moradores bloquearam rodovia em protesto

    Moradores bloquearam rodovia em protesto

  • Moradores bloquearam rodovia em protesto

    Moradores bloquearam rodovia em protesto

  • Moradores bloquearam rodovia em protesto

    Moradores bloquearam rodovia em protesto

Iluminação e água também entre queixas
Outras demandas locais foram apresentadas durante a manifestação. Um morador do bairro, que se identificou como Ítalo, informou que além do transporte público, a falta de água e tratamento de esgoto são problemas recorrentes no local. Ele afirma que quando a água chega, vem muito fraca e, com isso, se gasta com luz e solicitações de caminhões pipas.
— Aqui a noite é uma escuridão enorme, mas nos cobram taxa de iluminação. Além disso, precisamos de caminhões pipas para nos abastecer e gastamos muita luz quando usamos a bomba para puxar a pouca e fraca água que chega — explicou.
A Empresa Municipal de Habitação (Emhab) explicou que a concessionária Águas do Paraíba é a responsável pelo abastecimento no local, contudo, reforçará a questão junto à concessionária para verificação. A Águas do Paraíba informou que não há falta de água, que no local há excesso de desvio provocado por vazamentos e furtos de água. “A empresa solicita que os usuários que eventualmente tenham problemas com o abastecimento entrem em contato pelo telefone 0800-7720440”.
Já a superintendência de Iluminação Pública informou que buscará atender a região o mais breve possível. A população pode entrar em contato com a superintendência através dos telefones (22) 98175 0931, 98126 0880 (WhatsApp) ou 0800-5911218 para gerar protocolo de atendimento.
Fotos: Antônio Leudo, Catarine Barreto e Divulgação
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