Polícia acredita que agente do Degase foi morto por engano
Verônica Nascimento 01/11/2018 13:48 - Atualizado em 03/11/2018 14:23
Material apreendido pela polícia
Material apreendido pela polícia / Antônio Leudo
Investigação da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus) aponta ligação entre os assassinatos do agente do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase) Werikson dos Santos Pacheco, 39 anos, e do detento Douglas Silva, 31 anos, conhecido como Acerola. Segundo a Polícia Civil, os homicídios ocorreram em consequência da guerra entre quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas e a roubos de carga e veículos do Parque Presidente Vargas, no entanto, o agente do Degase foi morto por engano, já que o alvo dos bandidos, que seriam traficantes, era, na verdade, Acerola, que teria ligação com a quadrilha de roubos, e estava cumprindo pena por roubo em regime semiaberto.
Werikson foi morto a tiros por volta das 18h de segunda-feira passada (29), dentro do próprio carro, onde também estavam a mulher e o filho, depois de sair de uma academia na rua Capitão Machado, no Parque Rio Branco. Douglas morreu na tarde do dia seguinte. Ele teria sofrido um atentado em seu lava a jato, que tem muro ligado aos fundos da academia. Douglas fugiu em direção ao Parque Santa Clara, mas acabou sendo baleado na estrada do Santa Rosa, perto do condomínio Terra Nova. Ele foi socorrido para o Hospital Geral de Guarus (HGG) e transferido para o Hospital Ferreira Machado, onde morreu (HFM).
Material apreendido pela polícia
Material apreendido pela polícia / Antônio Leudo
Além da proximidade dos locais onde os crimes foram praticados, Werikson e Douglas tinham fisionomia e tipos físicos parecidos, fato que, para a polícia, teria levado os assassinos a confundirem as vítimas. Os vidros do carro de Werikson, um Cobalt preto, eram escuros e impediam a visão do interior. Ele foi morto dentro do carro. Dez disparos perfuraram os vidros das janelas do motorista e do carona. Os criminosos só teriam descoberto o erro com a divulgação do homicídio pela imprensa. No dia seguinte, eles foram atrás do verdadeiro alvo. Traficantes teriam, inclusive, ido ao HGG, verificar se Douglas havia morrido.
Nesta quinta-feira (1), a Polícia Civil apresentou detalhes da investigação. Douglas tinha duas casas: uma no conjunto habitacional do Parque Santa Clara e outra no Terra Nova. Parentes franquearam a entrada de policiais no Santa Clara, que encontraram uma arma na casa e, perto da piscina, um Jeep Renegade marrom. O carro, havia sido roubado em Mogi das Cruzes, São Paulo. Em nova busca, na casa alugada no Terra Nova, apreenderam uma Blazer blindada, sem registro de furto ou roubo, e, esta manhã, no lava a jato, dentro de um veículo que estava sendo montado, os policiais acharam uma pistola calibre 380.
A 146ª DP dará continuidade às investigações, levando em consideração a linha que aponta possibilidade de engano. Há informações de que o Jeep apreendido tenha sido usado por homens encapuzados em um homicídio recente no Parque Presidente Vargas.

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