Cadeia Velha
O Ministério Público Federal (MPF) quer a condenação de Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do MDB. O pedido consta nas alegações finais no processo da operação Cadeia Velha, que desvendou um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Segundo o MPF, eles integravam o núcleo político da organização criminosa e que ao lado de empresários, os deputados se aproveitaram dos cargos para enriquecimento pessoal e fortalecimento político, em troca de vantagens ou blindagem de interesses de grupos econômicos específicos.
Partido dividido
Então presidente da Alerj e do PMDB, que ainda tinha o P na sigla, Picciani era considerado o “todo poderoso” da política fluminense. Era quem dava as cartas, fazia as articulações. Nos bastidores, existia o PMDB de Picianni e o outro, de Paulo Melo. A divisão, contudo, não era conflituosa. Desde 2003, só os dois presidiram a Alerj. Mas a divisão não parecia conflituosa, tanto que à época o partido era uma potencia estadual que comandava boa parte dos municípios, com nomes que tinham o aval de ambos. O que rechaça ainda mais uma possível divisão conflituosa é o fato de os dois terem sido denunciados juntos, no mesmo esquema.
Bruno grampeado
Deputado estadual da região reeleito, Bruno Dauaire (PRP) teve uma conversa com Picciani no dia 16 de novembro, logo depois de o Tribunal Regional Federal da 2ª Região decretar a prisão do presidente da Alerj, Paulo Melo e Albertassi. Na ligação grampeada, Picciani pediu a Bruno que votasse contra a manutenção das prisões, na sessão da Alerj convocada para o dia seguinte. Apesar do pedido, na votação, Bruno foi o único que se absteve. Foram 39 votos a favor da revogação das prisões e 19 contra. Para o MPF, ficou claro na ligação grampeado que o grupo liderado por Picciani tentava influenciar as votações na Alerj.
Relações
Apesar de ser oposição na Alerj, Bruno sempre manteve uma relação institucional com Picciani. Em 2016, esta coluna publicou, inclusive, que o então todo poderoso da Alerj propôs a Bruno que viesse candidato a prefeito de São João da Barra. Concorreria pelo PR, mas depois da eleição, independente do resultado, migraria ao PMDB. À época, Bruno não confirmou nem negou o convite, apenas se limitou a dizer: “Converso bastante com o presidente sobre a Alerj, o Estado do Rio e a política da nossa região”. Bruno não foi candidato a prefeito e se manteve no grupo político da família Garotinho, mas nunca desmentiu a informação do convite.
Movimento
O movimento é intenso nas estradas da região por conta do feriado prolongado que termina neste domingo (4). Segundo a Arteris Fluminense, concessionária que administra a BR 101, desde sexta-feira, mais de 390 mil veículos passam pelo trecho da rodovia entre Niterói e a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, em Campos. É preciso ter muita atenção na pista hoje, já que a previsão é de ser o dia mais movimentado, com 93 mil veículos nesse trecho da BR 101.
Força do mar
Quem aproveitou o feriadão para visitar a praia de Atafona, no litoral de São João da Barra, pôde constatar, mais uma vez, que o mar continua avançando. Os pontos mais críticos, por ora, são na foz do rio Paraíba do Sul até as ruínas do prédio do Julinho, e nas imediações da antiga caixa d’água — que foi demolida para não ser derrubada pelo mar. Apesar de existir um projeto para conter o avanço do mar, nada saiu do papel ainda.
Doação
O baixo fluxo de doadores no Hemocentro Regional de Campos tem preocupado a unidade, que está com estoque insuficiente para atender toda a demanda. O Hemocentro pede para que as pessoas aproveitem o tempo de folga, neste feriadão, para fazer a doação. Para isso, a unidade funciona normalmente neste domingo, das 7h às 18h. Vale lembrar que esse horário de funcionamento também se estende para os outros dias, além de feriados e finais de semana. O Hemocentro funciona no Hospital Ferreira Machado.
*Publicado na edição deste domingo (4) da Folha da Manhã