Munição usada para matar Marielle é de lotes vendidos para a PF
16/03/2018 12:57 - Atualizado em 20/03/2018 14:33
A munição utilizada pelos criminosos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) com tiros de uma pistola calibre 9mm na quarta-feira (14) é de lotes vendidos para a Polícia Federal de Brasília em 2006. De acordo com a perícia da Divisão de Homicídios, o lote de munição UZZ-18 é original, ou seja, ela não foi recarregada.
A polícia chegou a essa conclusão após a perícia feita nesta quinta-feira (15). Agora, as polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento. As informações foram obtidas com exclusividade pelo RJTV 1ª edição.
Segundo a investigação, os lotes de munições foram vendidos à PF de Brasília pela empresa CBC no dia 29 de dezembro de 2006, com as notas fiscais número 220-821 e 220-822.
Em uma nova perícia feita no fim da tarde desta quinta (15), ficou constatado que 13 disparos atingiram o veículo em que Marielle estava: nove na lataria e quatro no vidro.
Durante toda a quinta-feira, a polícia coletou informações no local do crime e com testemunhas, como uma assessora de Marielle que também estava no carro e não foi atingida pelos tiros.
Marielle Franco e Anderson foram mortos a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, Centro do Rio, por volta das 21h30. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução, pois os criminosos fugiram sem levar nada.
Polícia Civil do Rio acredita que os assassinos seguiram o carro de Marielle por cerca de 4 km, desde o momento em que ela saiu do evento até o local do crime.
Segundo a investigação, Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite de quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro quando o crime ocorreu, o que seria mais um indício de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.
Os disparos foram efetuados a cerca de dois metros do carro das vítimas, quando um outro automóvel, um Cobalt prata, emparelhou. A perícia constatou que os tiros entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada, e três disparos acabaram atingindo o motorista. De acordo com a Divisão de Homicídios, o atirador seria experiente e sabia o que estava fazendo.

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