Uma comitiva do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) vai ao Rio de Janeiro nesta sexta-feira (16) em missão emergencial para acompanhar as investigações relacionadas ao crime de execução da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira (14) no centro do Rio de Janeiro.
A comitiva também irá prestar solidariedade aos familiares das vítimas e testemunhas envolvidas no caso, e se reunir com organizações da sociedade civil e instituições públicas incumbidas da defesa de direitos humanos e da apuração ou acompanhamento do crime, como Ministério Público Estadual e Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Em nota publicada nesta quinta-feira (15), o colegiado afirma que o crime não será compreendido como uma forma de intimidar outras defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil, que, como Marielle, vêm denunciando as reiteradas violações de direitos. “Fatos como este só aumentam e impulsionam a resistência em defesa desses direitos. Não nos curvaremos nem nos calaremos diante do império do medo e da violência. Seguimos lutando por todos os direitos para todas as pessoas”, diz a nota.
Sobre Marielle Franco
Vigorosa defensora dos direitos humanos no seu estado, especialmente dos direitos de negras e negros, mulheres, lésbicas, jovens e moradoras e moradores das favelas do Rio de Janeiro, Marielle Franco vinha denunciando de forma reiterada as violações de direitos humanos decorrentes dos abusos e truculências da Polícia Militar em suas abordagens contra moradoras e moradores das comunidades cariocas, especialmente contra a juventude negra.
Mulher negra, mãe, filha da favela da Maré, Marielle foi a 5ª vereadora mais votada do município do Rio de Janeiro em 2016. Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e, atualmente, presidia a Comissão da Mulher e era relatora da Comissão Especial sobre a Intervenção Federal na Câmara de Vereadores do Rio, posição assumida, inclusive, pelas reiteradas denúncias do Estado policial arbitrário vigente no Rio de Janeiro.
Fonte: Ascom CNDH – Conselho Nacional dos Direitos Humanos