Um modus operandi que reaparece um padrão de comportamento em vários dos escândalos envolvendo o ex-governador Anthony Garotinho: Um braço armado da política criada em torno da imagem familiar.
Em 2010, Garotinho foi condenado pela Justiça Federal por formação de quadrilha armada, junto com o deputado estadual cassado e ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins e outras oito pessoas. A quadrilha, segundo denominação da Justiça, usou a Polícia Civil do Rio para cometer os crimes como corrupção e lavagem de bens. A Justiça atestou a prática de crimes como facilitação de contrabando (a exploração de caça-níqueis pelo grupo do bicheiro Rogério Andrade não era reprimida), além de corrupção ativa e passiva.
Desde setembro de 2016, quando começou a operação Chequinho, diversas foram as testemunhas que relataram ameaças. Em maio último, Beth Megafone, testemunha-chave da Chequinho, denunciou à PF ter sofrido ameaças em três ocasiões. A ação mais direta teria acontecido no dia 4 de maio, a ação mais direta: Beth disse que estava num ponto de ônibus da avenida 28 de Março quando dois homens em uma moto sem placa subiram a calçada. Ao pensar que era um assalto, fez menção de entregar o celular, mas um dos homens perguntou se ela era a “Beth Megafone” e em seguida teria afirmado: “Cala sua boca, porque assim como nós te achamos hoje, achamos você e sua família em qualquer dia, em qualquer lugar”.
Com a operação Caixa d’água, a intimidação, agora de maneira mais direta, se revelou através de um “cobrador” armado. Ele teria extorquido empresários que tinham contratos com Prefeitura de Campos para caixa de campanha de Garotinho.