Agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) que trabalham na cadeia de Benfica, onde estava preso Anthony Garotinho, prestaram depoimento nesta segunda-feira (27) ao delegado Wellington Vieira, da 21ª DP (Bonsucesso). Todos, segundo ele, disseram que a suposta agressão ao ex-governador é "quase impossível" de ter ocorrido.
Além deles, prestou depoimento também nesta segunda (27) o diretor em exercício da unidade. De acordo com as testemunhas, o segundo andar — onde ficam as galerias A, B e C — é ainda mais difícil de ser acessado. O delegado ainda pretende ouvir mais servidores do presídio e o ex-secretário de Saúde, Sergio Côrtes, que também está preso. Côrtes prestou os primeiros socorros a Garotinho.
“Os depoimentos dos servidores foram convincentes, e divergentes do depoimento do preso. Eles garantiram que é quase impossível alguém invadir a cadeia e chegar ao segundo andar sem ser visto. Vou ouvir todo mundo que estava de plantão, como os três servidores da portaria,quero ver as imagens das câmeras de segurança que ainda não recebi e não descarto nem a hipótese de fazer uma perícia lá no local”, disse Vieira, que também aguarda o resultado do exame de corpo de delito. Ele disse que quer ser bem técnico em sua decisão.
De acordo com a defesa de Garotinho, ele teve a cela invadida e foi agredido com um porrete. Ainda segundo ele, uma arma foi apontada em sua direção. Garotinho teria chegado à delegacia com o dedo do pé machucado e o joelho ralado. Após prestar depoimento, sexta-feira, Garotinho foi transferido para Bangu. A nova cela do ex-governador é monitorada 24 horas por dia.
O advogado de Anthony Garotinho disse que o ex-governador está disposto a fazer um retrato-falado do agressor, e que a polícia precisa apurar o que aconteceu.