Ônibus voltam a circular com escolta policial e, mesmo assim, são apedrejados
Paula Vigneron, Ana Laura Ribeiro, Júlia Beraldi e Jéssica Felipe 10/10/2017 16:57 - Atualizado em 16/10/2017 18:24
  • Ônibus apedrejados

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Nesta terça-feira, o transporte público de Campos enfrentou mais um dia de caos. Pela manhã, passageiros se renderam ao transporte alternativo para chegarem ao trabalho e escola. Paralelamente, representantes dos consórcios, do Sindicato dos Rodoviários e da Prefeitura, se reuniam no Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) para buscarem solução. Os ônibus da Auto Viação São João voltaram a circular no final da tarde, após os veículos saírem da garagem escoltados pela Polícia Militar, o que não impediu que pelo menos dois coletivos fossem apedrejados. Antes que o dia terminasse, a Justiça do Trabalho de Campos determinou que 60% dos ônibus voltassem às atividades. A previsão de retorno de algumas, entre elas a Siqueira, é para esta quarta-feira.
Pela manhã, a cena era mais uma vez de aglomeração nos principais pontos de ônibus. Sem os coletivos, filas de passageiros se formaram aguardando vagas em transportes alternativos. No terminal da XV de Novembro, havia poucos usuários. Dulcinéia de Souza, 72 anos, era uma das pessoas que estavam no local.
— Vim de van para o Centro, para ir ao banco. Já fui até a rodoviária, para ver se tinha ônibus para voltar para casa, mas não consegui. Aí, tive de vir para a Beira Rio, esperar uma van — falou a idosa, que mora em Guarus.
O problema é agravante para outra questão, o transporte clandestino. Para quem mora no Parque Rodoviário ou no condomínio Recanto das Palmeiras, a solução foi arranjar uma carona, andar um pouco mais até chegar a casa, ou acessar esses veículos. Durante esta terça-feira, foi comum ver carros de passeio e kombis fazendo o percurso. Nem mesmo as vans não adesivadas, foram vistas com a frequência comum. Adriana Amaral, de 36 anos, que trabalha no shopping acredita que isso se deve à demanda de outros bairros.
— Sem ônibus em tantas linhas, as vans, que não precisam prestar conta do trajeto que fazem a ninguém, além deles mesmos, estão atendendo em outros bairros e quem trabalha ou mora por aqui pelo Parque Rodoviário, fica sem alternativa, a não ser o transporte clandestino — desabafou a comerciária.
Liminar garante 60% da frota nas ruas
Os ônibus das empresas Jacarandá e Cordeiro estavam circulando normalmente, mas, as redes sociais anunciavam possíveis represálias. Por volta as 16h30, a frota da Viação São João voltou a circular. Os veículos saíram da garagem escoltados pela Polícia Militar e antes mesmo de chegaram à rodoviária Roberto Silveira, um deles foi apedrejado. Poucos minutos depois, outro coletivo foi atingido, dessa vez já estacionado no terminal. A PM fez uma ronda, mas não localizou suspeitos. Somente cinco veículos ficaram em circulação.
No fim da tarde, uma liminar da 2ª Vara do Trabalho de Campos determinou a volta de 60% dos ônibus para garantir atendimento mínimo à população, sob a pena de multa diária de R$ 10 mil, cada. O documento cita o transporte coletivo como atividade essencial e segundo a lei, entidades sindicais e trabalhadores devem comunicar paralisações com 72 horas de antecedência.
O presidente do IMTT, Renato Siqueira, explicou que a paralisação foi ilegal porque os trabalhadores não procuraram o sindicato, não realizaram assembleia e não houve decisão e, consequentemente, aviso para informar sobre o ato.

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