Aldir Sales
20/09/2017 09:45 - Atualizado em 22/09/2017 16:13
O juiz Ralph Manhães, que sentenciou Anthony Garotinho a 9 anos, 11 meses e 10 dias de prisão por “comandar o esquema criminoso” de troca de votos por Cheque Cidadão, impôs, na noite desta terça-feira (19), mais medidas restritivas ao ex-governador. O magistrado atendeu parcialmente os pedidos feitos pelo Ministério Público Eleitoral e determinou, entre outras medidas, a proibição de gravações no interior da “casinha da Lapa”, onde Garotinho cumpre prisão domiciliar, além de que a defesa mantenha um registro de todas as pessoas que ingressarem no imóvel e a obrigação de informar o número de telefones celulares e fixo das pessoas que frequentam a residência.
Desde a última quarta-feira (13), a ex-prefeita Rosinha Garotinho tem feito várias transmissões ao vivo pelas redes sociais, inclusive de dentro da casa onde Garotinho está, ao lado do advogado Carlos Fernando dos Santos Azeredo, onde tem atacado com veemência o juiz, o promotor Leandro Manhães, o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano e adversários políticos.
Na decisão, Ralph também determinou a vedação de alteração de domicílio sem prévia autorização judicial e permissão para a Polícia Federal realizar qualquer diligência nos equipamentos de internet fixa da casa. Em nota publicada nas redes sociais, Rosinha classificou a atitude como “censura”.
Julgamento - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) incluiu na pauta de hoje do plenário o julgamento de um habeas corpus preventivo impetrado pelos vereadores Kellinho (PR), Linda Mara (PTC), Thiago Virgílio (PTC) e Jorge Rangel (PTB), que querem o trancamento da ação penal em que são réus no âmbito da operação Chequinho.
No recurso, a defesa dos vereadores alega que a 100ª Zona Eleitoral não poderia ser responsável pelo caso, uma vez que as investigações teriam sido iniciadas pela 75ª Zona Eleitoral. No entanto, no último dia 21 de agosto, a desembargadora Cristina Serra Feijó, relatora da Chequinho no TRE, já havia decidido liminarmente por rejeitar os argumentos dos vereadores. Na ocasião, a desembargadora considerou que a prisão em flagrante do vereador Ozéias (PSDB) em sua casa, que deu origem as ações da Chequinho, aconteceu em endereço abrangido pela circunscrição da 100ª Zona Eleitoral.
Réus em outra ação penal, os vereadores Ozéias e Miguelito (PSL), além da ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga e a ex-coordenadora do Cheque Cidadão Gisele Koch foram intimados por Ralph Manhães, ontem, a apresentarem suas alegações finais em até cinco dias. Esse é o último passo antes da sentença.