Suzy Monteiro
18/09/2017 23:13 - Atualizado em 20/09/2017 15:05
Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro negou, na sessão plenária dessa segunda-feira (18), o pedido de liminar em habeas corpus (HC) em favor do ex-governador e ex-secretário de Governo na gestão Rosinha, Anthony Garotinho (PR), preso cautelarmente no último dia 13 por decisão do Juízo da 100ª Zona Eleitoral. Com isso, ele continuará em prisão domiciliar. Garotinho foi condenado a nove anos e 11 meses de prisão por corrupção eleitoral, por 17.515 vezes, associação criminosa, supressão de documento e coação no curso do processo no caso Chequinho.
De acordo com a relatora do processo, desembargadora Cristina Feijó, “a sentença expõe minuciosamente os motivos concretos embasadores do juízo de periculosidade, pelo qual o paciente, caso permaneça em liberdade, poderá cometer novos crimes”. A defesa afirmou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É neste órgão, também, que a ex-prefeita Rosinha (PR) deposita sua esperança. Logo após a decisão, ela falou a grupo de aproximadamente 100 militantes na frente de casa, na Lapa, onde Garotinho cumpre prisão domiciliar.
A desembargadora do TRE acrescentou ainda, ao ler seu voto, que “a gravidade e a repercussão da conduta delituosa, além do comportamento do paciente — que, de acordo com o apurado pelo juízo a quo, vem reiteradamente praticando outras infrações para impedir a sua condenação e difundindo ataques às autoridades que atuam no caso, incitando a população contra elas e contra as instituições que elas representam — revelam a necessidade de acautelar o meio social e assegurar a credibilidade das instituições públicas, em especial do Poder Judiciário”.
O advogado do ex-governador Anthony Garotinho, Carlos Azeredo, afirma que vai recorrer da decisão no TSE.
— É preciso deixar claro que os desembargadores do TRE negaram, nesta segunda-feira, apenas a liminar do habeas corpus, sem julgar o seu mérito — disse Carlos Azeredo, em nota, acrescentando: “todo esse processo é fruto de perseguição política, o que será facilmente constatado pelos ministros do TSE”. O advogado lamenta que Garotinho continue impedido de trabalhar como radialista e, assim, não possa sustentar sua família.
Mal tinha saído a decisão, Rosinha foi para a frente da casa discursar. Desde o final de semana, militantes estavam sendo convocados. Ex-vereadores como Edson Batista e Albertinho também estavam presentes. Rosinha voltou a afirmar que se trata de perseguição política, chamou Garotinho de preso político e convocou aos militantes que espalhem que ele não está preso por roubo ou corrupção. Ela garantiu que, no TSE, a situação será revertida.