Paula Vigneron e Jane Ribeiro
05/09/2017 14:03 - Atualizado em 06/09/2017 15:02
Os quatro envolvidos na morte da universitária Ana Paula Ramos, 25 anos, assassinada em um caso de falso latrocínio, foram levados à 146ª Delegacia de Polícia para uma acareação, no fim da tarde de ontem. O delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, Luís Maurício Armond, irá conceder uma coletiva hoje às 10hs para falar sobre o andamento do caso e divulgar o real motivo do crime. Ana Paula foi assassinada em uma emboscada que, segunda a Polícia Civil, teria sido armada por Luana Barreto Sales, 24 anos, cunhada e amiga de infância da vítima. Luana, juntamente a outros três participantes do crime, foi indiciada por homicídio triplamente qualificado (morte mediante pagamento, motivo torpe, dificuldade de defesa da vítima e feminicídio).
O crime que vitimou a universitária aconteceu no último dia 19. Luana convidou Ana Paula para ir até o Parque Rio Branco, em Guarus, visitar a obra de sua casa. Depois, elas veriam o vestido que a suspeita usaria no casamento da vítima. Já no local, Luana chamou a cunhada para tomar um sorvete na praça. Este seria o sinal para a execução do plano de falso assalto. Atingida por três tiros, um na cabeça e dois no tórax, ela Ana Paula foi socorrida por populares e levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM) na carroceria de uma caminhonete.
Luana teria contratado os executores, Igor Magalhães de Souza, 20 anos, preso no dia do crime e Wermison Carlos Sigmaringa Ribeiro, 20 anos, através do namorado de outra amiga, Marcelo Henrique Damasceno de Medeiros, 18 anos. Eles contaram que ela pagou R$ 2.500,00 pela morte da amiga e que R$ 500,00 teriam sido pagos no local do crime.
Luana foi presa por policiais militares no HFM, em uma roda de orações pela vida de Ana Paula. No dia do crime ela esteve na delegacia, como testemulha, e reconheceu Igor, assim como os demais, nas prisões seguintes.
Ana Paula teve morte cerebral constatada na noite do dia 21, no HFM e na noite do dia 23, ela teve morte decretada por falência múltipla dos órgãos.
Debate — O crime considerado de grande repercussão causou grande comoção na cidade. Muitas pessoas se manifestaram nas redes sociais e o caso virou tema de debate no Uniflu, ontem, para estudantes de jornalismo. A questão em discussão foi como uma notícia não confirmada pelas autoridades policiais pode atrapalhar uma investigação. Para falar sobre o caso foi convidado o delegado da 146ª DP de Guarus, Luís Maurício Armond, que confirmou que as informações extra-oficiais divulgadas pela imprensa, atrapalharam as investigações.
— A imprensa é ávida por informações, mas nós precisamos trabalhar no sigilo. No caso da Ana Paula, o crime foi passional e quase perdemos informações divulgadas pelas redes sociais. Não nos negamos a dar informações, mas elas têm que ser passadas com veracidade, oficialmente. Sempre trabalho no silêncio para que as provas sejam as mais claras possíveis — informou o delegado. (J.R.)