A segunda parte da delação de Benedicto Barbosa Silva Júnior, ex-executivo da Odebrecht, que está vinculada à petição do casal Garotinho não trata diretamente de Rosinha (PR) e Anthony (PR). Na verdade, é uma introdução de como o sistema da empresa com os políticos funcionava. Benedicto fala, com tranquilidade e riqueza de detalhes, como a Odebrecht atuava junto aos políticos e o que esperava em troca. Obras, por exemplo, não entravam na negociação direta. Mas a empresa sabia que poderia contar com apoio daqueles que ela investiu na campanha — no popular, não existe almoço grátis. Ele também fala sobre as modalidades de doação que a companhia adotava: oficial, caixa dois e por empresas parceiras. Na parceria, a Itaipava era quem mais atuava (e depois recebia da Odebrecht de alguma forma). No fim, a maior empreiteira do país conseguia o que queria:
— A gente buscava, efetivamente, que, a partir daquela doação, aonde a gente estivesse operando e o candidato tivesse influência, nós não tivéssemos dificuldades para fazer nossos contratos, dificuldades normalmente ilegítimas, que poderia gerar pedidos de pessoas que não estivessem envolvidas no assunto. Uma agenda muito fluida na busca de apoio daquele candidato para nós. Eu acho que as principais contrapartidas eram essas.