Na coluna de ontem, o deputado federal Paulo Feijó, o estadual Bruno Dauaire e o vereador Thiago Ferrugem falaram sobre as pré-candidaturas do PR às eleições legislativas de 2018. Os três hoje integram a legenda, cuja direção nacional já conta os dias para ver Anthony Garotinho pela sombra. Dos três ouvidos, Feijó é o único que deve permanecer no partido quando isso acontecer. E, embora venha se aproximado do prefeito Rafael Diniz (PPS), o experiente parlamentar não joga pedras em quem, mais dia, menos dia, será obrigado a trilhar outro caminho.
Sem novidades
A atitude cautelosa do deputado federal, avesso à ingratidão, aparentemente não é seguida na Câmara Municipal de Campos. Foi nela que, na sessão de ontem, outro vereador eleito pelo PR, dentro do grupo de Garotinho, usou a tribuna para atacar que o prefeito Rafael assumiu uma “cidade praticamente destroçada sob o ponto de vista financeiro e administrativo”. Se a acusação não é nenhuma novidade, tampouco é o fato que Adbu Neme (PR) se manteve governista, apesar da vitória da antiga oposição na eleição majoritária, tão logo a nova administração tomou posse.
Recordar é viver
Em seu quarto mandato de vereador, foi na condição de médico particular de Garotinho, hipocondríaco conhecido, que Abdu foi alçado à política. Elegeu-se assim em 2004 e chegou a prestar assistência médica a Garotinho em sua desastrosa greve de fome, ridicularizada nacionalmente, após denúncias contra o governo estadual Rosinha Garotinho. Encerrado este, no final de 2007, e com a eleição no ano anterior de Alexandre Mocaiber como prefeito, no pleito suplementar após a cassação de Carlos Alberto Campista, o vereador mudou o receituário para se transformar em figura de proa do então governo municipal na Câmara.
Simples
Como a defesa do governo Mocaiber não suportou os efeitos da operação “Telhado de Vidro”, deflagrada em março 2008, que elegeu Rosinha prefeita em outubro daquele mesmo ano, antes de ser reeleita em 2012, Neme deu nova meia volta para ser um dos mais intransigentes defensores do modelo rosáceo de governo. O mesmo que, convertido em aliado de Rafael, o vereador agora acusa de ter “destroçado” Campos. Se, em qualquer governo, sempre haverá motivo para se criticar ou defender, com Abdu a coisa parece ser mais simples: o governo a ser defendido é sempre o atual. Assim como o alvo da crítica é sempre o anterior.
Dos bastidores à cena
A delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Jonas Lopes de Carvalho, começou a deixar os bastidores e entrou em cena, ontem, com a operação “O Quinto do Ouro” da Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF). A ação resultou na prisão de cinco conselheiros e um ex-conselheiro do TCE, além de levar a Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa, à PF em condução coercitiva. Mas será que todos os personagens já estão postos? Há quem aposte que não e coloque em xeque a contribuição de Jonas, apontando uma denúncia seletiva.
Previsões
Foram pouco mais de duas semanas de apreensão desde que o jornalista Elio Gaspari no jornal O Globo publicou a nota “Algemas a postos”, na qual citava que a delação de Jonas chegaria a Picciani antes de atingir aos ex-governadores Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (hoje PR). O que Gaspari ouviu nos bastidores se cumpriu em relação ao presidente da Alerj, apesar de algemas não terem sido usadas contra ele. Agora é esperar para ver se outras previsões do jornalista vão se cumprir ou se realmente Jonas não teria denunciado um esquema envolvendo governos de um grande aliado.
Por apoio
O Carnaval de Campos, realizado fora de época, e a Festa de Nossa Senhora da Penha, em Atafona, no município de São João da Barra, têm sido temas de encontros do deputado estadual Bruno Dauaire (PR), que busca formas de viabilizar os eventos, intermediando caminhos para captar o apoio financeiro das empresas através a Lei de Incentivo do Estado do Rio, que permite o patrocínio de até 4% do ICMS em projetos culturais, obtendo benefícios fiscais de até 80%. Ontem, ele se reuniu com o secretário estadual de Cultura, André Lazzaroni.