A disputa pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro já movimenta os bastidores da política. Cada vez com menos espaço no PR, inclusive correndo risco de expulsão, Anthony Garotinho anda buscando um novo partido que lhe dê suporte na tentativa de voltar ao Palácio Guanabara. Segundo a coluna Informe O Dia de ontem, o ex-governador e Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, conversaram há algumas semanas sobre a possibilidade dele retornar ao partido fundado por Leonel Brizola.
Como ficaria?
Se isso se confirmar causaria um verdadeiro rebuliço em Campos. O domínio do PDT na cidade ainda é do clã Vianna. Por mais que Arnaldo tenha saído da legenda nas últimas eleições ao ingressar no PEN, o filho dele, Caio Vianna, é apontado como uma liderança no partido, que tem ainda a mãe dele Ilsan Vianna como importante articuladora nos bastidores. Na planície, todos sabem como o passado entre a família Vianna e a Garotinho é conturbado. Mas, nas últimas eleições, correu na “boca miúda” a possibilidade de reaproximação, por estratégia política, de parte dos clãs.
Risco de expulsão
Depois da expulsão da deputada licenciada Clarissa Garotinho (RJ), o Partido da República está no pé do seu pai, Anthony Garotinho, presidente da legenda no Rio. O risco de expulsão surgiu no mês passado por ele ter usado as inserções da propaganda partidária gratuita, regionalizada, para promoção pessoal e ataque a adversários. Com isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou as 80 inserções que o PR teria direito no primeiro semestre em todo país.
Sem espaço
A nacional do PR suspendeu a regionalização da propaganda partidária para o Rio, o que complicaria a campanha de Garotinho na disputa ao Estado, motivo a mais para ele buscar outra legenda. Desde que o ex-governador “pisou na bola” há uma revolta muito grande entre os dirigentes dos outros estados, que foram prejudicados esse ano por culpa de Garotinho. Vários dirigentes procuraram o Conselho de Ética para abrir processo expulsão contra Anthony.
Cai fora
Além do risco de expulsão, que ainda corre, as conversas de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) com o PR-RJ incomodaram Garotinho, que chegou a comunicar à direção do partido que, se Bolsonaro for filiado, ele cai fora. O deputado federal Bolsonaro flerta com o PR, mas o namoro com a legenda controlada por Valdemar Costa Neto está enroscado. Bolsonaro quer seguir para a sigla só se puder se candidatar à Presidência da República em 2018. Mas os caciques do partido teriam outros planos.
Possíveis impedimentos
Os impasses judiciais também podem atrapalhar os interesses de Garotinho, que chegou a ser preso como suposto líder de um “escandaloso esquema” com uso do Cheque Cidadão para fins políticos. Como alternativa, ele apostaria na esposa Rosinha Garotinho, que teria garantido seu afastamento na política para se dedicar às artes plásticas. Mas a ex-prefeita de Campos também não está livre de sanções judiciais, inclusive tendo as suas últimas gestões investigadas pela atual Câmara.
Disputa por vaga
Na disputa ao Governo do Estado, outros nomes também já estariam flertando com o PDT. Um dele é o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV). Segundo também informou a coluna Informe O Dia, embora ele negue publicamente, Neves já afirmou a aliados que pretende concorrer ao governo estadual. Rodrigo também teria procurado o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), nos últimos dias, de olho no partido do bispo e de apoio para sua corrida ao Palácio Guanabara. Mas com tanta gente na sua base de olho em 2018, Crivella deve é ficar na dele esperando a poeira baixar.