Dora Paula Paes
04/03/2017 14:46 - Atualizado em 04/03/2017 14:54
A temporada está aberta para migração de partidos para a base de apoio ao governo do prefeito de Campos Rafael Diniz (PPS). O único senão é que “não há mais espaço para figuras que se acham donas dos partidos”, afirmam articuladores. É na Câmara Municipal onde mais se percebe essa aproximação política. Na coligação que elegeu Rafael no primeiro turno, além da sua própria sigla, ele contou com PV e Rede. Dois meses após a posse esse número cresceu e outros seis partidos se chegaram para a base governista: PSB, PSC, PHS, PRB, PSDC e DEM. Outros partidos que integraram a base rosácea, sob a batuta do marido da ex-prefeita Rosinha, Anthony Garotinho, na última legislatura, também já se assanham para mudar de lado.
— Durante a campanha, a coligação contou com três partidos: PPS, Rede e PV. Logo após a vitória, o prefeito Rafael Diniz destacou a importância do diálogo e conversamos com diversas correntes políticas. Sempre com o objetivo de reconstruir a cidade, deixando claro que não há mais espaço para figuras que se acham donas dos partidos e das pessoas — destaca o chefe de Gabinete, Alexandre Bastos, um dos articuladores político do atual governo.
Com apoio de 17 dos 25 vereadores na Câmara, o DEM e o PV não têm cadeiras, mas ganharam espaço no governo municipal com indicações no primeiro escalão. O ex-vereador Nildo Cardoso atua na pasta da Agricultura. Nildo na última campanha concorreu como candidato a prefeito. Na ocasião, apesar da estreita ligação de amizade com Rafael, com quem ainda dividia espaço na bancada de oposição, Nildo disse que seguiu a orientação da direção nacional do DEM, o deputado federal e presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “A orientação naquele momento em 2016 era colocar o partido em evidência, visando 2018”, conta.
O PV, que caminhou na Coligação, ganhou espaço no governo com a indicação do presidente da legenda em Campos, Gustavo Matheus para a Superintendência de Trabalho e Renda.
Fora as acomodações políticas, típicas no início de qualquer governo, é na Câmara que o trabalho para reunir aliados tem sido feito com abertura de diálogo.
Alexandre destaca importância do diálogo
O chefe de Gabinete do governo Rafael, Alexandre Bastos, pontua a importância do diálogo e do debate em alto nível na Câmara Municipal. Onde um não governa sem outro.
— No Legislativo, independente de partido ou bancada, estamos construindo uma relação de trabalho, harmonia e respeito. Uma Câmara forte e independente é de extrema importância no processo de reconstrução da nossa cidade. A bancada governista, que tem como líder o vereador Fred Machado (PPS), conta com parlamentares de diversas legendas, mas não há uma postura ditatorial. Nas primeiras sessões deste ano a bancada governista demonstrou que é possível dialogar com a oposição e debater em alto nível — disse.
Um exemplo foi a sessão onde aconteceu o primeiro embate na Casa entre governistas e oposição, com a votação por unanimidade, do projeto do prefeito Rafael para a contratação temporária na Fundação Municipal da Infância e da Juventude. Duas emendas aditivas chegaram a ser apresentadas pelos vereadores Thiago Ferrugem (PR) e Álvaro Oliveira (Solidariedade) do bloco independente. A votação não teve clima de embate político, apesar de algumas alfinetadas “bem de leve”, principalmente, quando se tentou comparar o atual governo e o anterior. Mas, no final, o próprio Thiago — ele já se declarou oposição na Casa — chegou elogiar a iniciativa e recomendar a bancada do PR voto pela aprovação do projeto.
PTB e PRP trabalham para mudar de lado
No tabuleiro político quando não são os partidos que buscam a base do governo Rafael, são os próprios vereadores. Legendas como PTB, PRP, que antes pertenciam ao grupo rosáceo na Casa, sem deixar a ex-prefeita Rosinha em nenhuma saia justa, hoje trabalham para encontrar lugar no outro lado.
O vereador Luiz Alberto Menezes Neném já bateu o martelo de que vai fazer parte da bancada do prefeito Rafael, na Casa. Disso, segundo ele, não abre mão. O segundo passo, ainda explica, será levar para a base do prefeito o seu partido o PTB. No momento, a sigla está nas mãos do ex-vereador Edson Batista. Neném está trabalhando junto à executiva estadual para a composição com o atual governo. Edson disse que até segunda ordem está presidente. Ele não quis falar mais sobre o diretório do partido, alegando que não querer se envolver em polêmica.
Outro é o Partido Republicano Progressista (PRP) de Campos, que fazia parte da base de sustentação do governo Rosinha. De acordo com o presidente do partido no município, vereador Vinicius Madureira, os vereadores Silvinho Martins e Jorginho Virgílio estão liberados para caminharem com o Governo. Ele próprio ficará independente.