Portela é a campeã do carnaval carioca
Matheus Berriel 01/03/2017 18:22 - Atualizado em 02/03/2017 16:20
  • Desfile da Portela

    Desfile da Portela

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Acabou o jejum! 33 anos depois, a Portela voltou a comemorar o título do Carnaval carioca. Defendendo o enredo “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar”, a escola falou sobre a importância dos rios para a formação da humanidade. As vítimas da tragédia da cidade de Mariana e do distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, no ano passado, foram lembradas na Sapucaí, que recebeu um show de desfile da azul e branca. Este é o 22º título da escola que, mesmo tendo ficado mais de três décadas sem vencer, não deixou de ser a maior campeã do Rio.
Durante a apuração desta quarta (1), a Portela disputou a liderança ponto a ponto com a Mocidade, que acabou perdendo por um décimo — 269,9 contra 269,8. O desempate aconteceu apenas no último quesito, o enredo, que seria o primeiro critério de desempate caso houvesse necessidade. Enquanto a Mocidade levou duas notas 9.9, a Águia de Madureira teve todas as notas 10 e pôde, enfim, soltar o grito de campeã.
Salgueiro, Mangueira, Grande Rio e Beija-Flor completam a lista das seis que voltarão à Sapucaí no sábado (04), para o desfile das campeãs. Marcada pelo acidente de um dos carros, a Paraíso do Tuiti terminou na última colocação, mas não foi rebaixada devido à decisão da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Outra que teve problemas, com parte de um carro desabando, a Unidos da Tijuca ficou em penúltimo.
O desfile
Contando com 3400 componentes e seis carros alegóricos, divididos em 31 alas, a Portela começou falando das nascentes e de como os rios foram dando início a povoados, aldeias e civilizações. O clássico de Paulinho da Viola, “Foi um rio que passou em minha vida”, também fez parte do enredo.
A comissão de frente representou a piracema, fenômeno em que os peixes nadam contra a correnteza para a reprodução. O carro abre-alas levou a tradicional águia, símbolo da escola, em um tripé à sua frente, representando a fonte onde nasce o rio azul e branco. A ocupação dos rios pelas antigas civilizações, os seres que habitam as águas e a influência para as artes foram tratados em alas e alegorias da escola.
As lendas que vieram com os rios também apareceram na avenida: Iara, Boiúna, cobra-grande, boto cor de rosa e deuses deram as caras. Mas o que talvez tenha chamado mais atenção foi algo bem menos mitológico: “crocodilos” que rastejaram em uma das alas.
A empolgação foi tanta que, ao final do desfile, os componentes e a escola já gritavam “é campeã”. Um dos mais confiantes era o carnavalesco Paulo Barros, que decidiu esperar a apuração para comemorar. E realmente comemorou, alcançando seu quarto título no Grupo Especial.

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