Jhonattan Reis
27/03/2017 21:30 - Atualizado em 30/03/2017 17:45
Dia Mundial do Teatro e Dia Nacional do Circo, comemorado nesta segunda-feira (27), foi marcado em Campos pelas portas abertas de um lugar que pertence à classe artística da cidade, mas que estava fechado desde o final de 2014: o Teatro de Bolso (TB) Procópio Ferreira. Tido por artistas como a Casa do Ator Campista, o TB recebeu o Festival de Esquetes do sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado do Rio de Janeiro (Sated-RJ). O evento, que começou às 19h, contou com apresentação de 10 esquetes, seguido de bate-papo com a equipe de Cultura da nova gestão municipal e da premiação.
O festival aconteceu de forma simultânea em seis cidades, com premiações de R$ 1.500, R$ 1.000 e R$ 500 para primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente. Os grupos vencedores não haviam sido apontados até o fechamento desta edição. Além dos artistas, técnicos e público, o evento contou com as presenças do diretor do Teatro de Bolso, Fernando Rossi; do prefeito de Campos, Rafael Diniz; da presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Cristina Lima; e de representantes do Sated.
— Esse foi o primeiro passo para começarmos a construir uma coisa bacana a nível de produção cultural. Ao longo deste processo, a gente pode cometer algum deslize, mas estamos abertos a críticas. A gente tem muito o que construir e conquistar. O Sated informou que o festival da nossa área teve 27 inscritos, sendo a região que mais inscreveu esquetes em todo o Estado. Chegou a hora de tirar esses artistas da clandestinidade — destacou Fernando Rossi.
O ator e diretor Eugênio Kusnet dizia que “o trabalho de teatro é um trabalho em equipe”. E é o trabalho em equipe que Rossi disse que estimulará à frente do TB, ressaltando que trabalhará com transparência.
— As pessoas saberão o que pode ou não ser feito em relação ao TB. Vamos dialogar de igual para igual. Eu sou artista tanto quanto o outro, com necessidades e expectativas em relação à arte. Este vai ser um trabalho de resgate, para que as pessoas da arte se apoderem daquele espaço, para o público saber que o TB é um local onde se produz arte.
O prefeito Rafael Diniz também comentou sobre a importância do festival.
— Campos volta a respirar cultura. Estamos devolvendo, neste dia oficial, no Dia do Teatro, o TB para o público. É o primeiro passo o a reabertura deste teatro.
APÓS “NOVELA” DA REFORMA
Como apontou a coluna Ponto Final da edição desta segunda da Folha, o TB foi fechado pela antiga gestão, no final de 2014, sob a alegação de que o lugar passaria por reforma para resolver questões de acessibilidade e reparo no sistema de refrigeração. Mais de um ano depois, artistas do município, que à época relataram não terem respostas quanto à previsão de entrega do teatro, ocuparam o TB “e, ao entrarem, não viram grande mudança além da quantidade de poeira no espaço”. Na ocasião, os problemas com acessibilidade ainda não haviam sido resolvidos. As dificuldades com a refrigeração também não.
Durante o tempo com as portas fechadas, o TB teve seu palco movimentado apenas durante a ocupação dos artistas, ocorrida na primeira metade de 2016 — o último espetáculo oficial no lugar havia sido “3x Tragédia”, do grupo O Pessoal do Oráculo, em 2014. A gestão anterior chegou ao fim e o TB, mesmo fechado para reforma desde 2014, foi deixado ainda com problemas de refrigeração. Já o elevador para acessibilidade de deficientes físicos foi feito.
Para o festival, a direção informou que buscou um ar condicionado provisório. Na última semana, Fernando Rossi disse que estima que o Teatro de Bolso seja reaberto definitivamente no início de maio, já com os problemas resolvidos.