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Folha Saúde
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O ex-jogador de futebol Edgar Davids ficou famoso mundialmente não só pelo talento para o esporte, mas, também, por um hábito pouco comum entre os atletas desta modalidade: o uso de óculos especiais em treinos e competições. O holandês passou a adotar o acessório após sofrer um glaucoma, garantindo maior segurança aos olhos e evitando que a visão ficasse prejudicada durante as partidas.
Embora o item seja necessário em casos específicos como o de Davids, a oftalmologista Renata Catem alerta que os óculos, normalmente, são evitados em esportes de contato, sob o risco de machucar o usuário ou os demais praticantes. “Trocar os óculos por lentes de contato pode ser uma boa alternativa. A tecnologia das lentes cresceu muito nos últimos anos e materiais diversos foram elaborados para atender ao maior número de situações possíveis”, explicou.
De acordo com a médica, a correção adequada de erros refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo) por meio de lentes de contato pode trazer muito mais conforto ao atleta e ajudar a melhorar o desempenho esportivo. “Cerca de 80% das informações que recebemos em um dia são visuais. E no esporte não é diferente. Quando temos uma visão boa, ganhamos ainda mais liberdade e confiança”, ressaltou a médica. Catem endossa, ainda, que somente o oftalmologista poderá indicar qual lente é ideal para cada pessoa ou situação.
No entanto, em determinados esportes, como a natação, o uso dos óculos de proteção é obrigatório. No caso da natação, a especialista diz que o contato direto com a água, de forma frequente, pode acarretar danos na superfície dos olhos, que vão desde uma irritação até um quadro mais grave de infecção corneana. Além disso, óculos escuros são bem-vindos para a prática do ciclismo, tênis, corrida, vôlei de praia, entre outros, devido à exposição ao sol e por servirem de barreira contra agentes externos, como poeira, areia e fumaça.
Cuidados — Cada vez mais as pessoas estão propensas a praticar esportes em academias ao invés de ao ar livre, o que demanda um cuidado ainda maior com a saúde ocular. “Nesses ambientes a circulação de pessoas é muito grande e os aparelhos são compartilhados, o que significa que muitos tocam os mesmos locais que você, aumentando a chance de disseminação de bactérias, vírus e fungos”, destacou Renata Catem. O mais indicado a fazer, segundo a profissional, é evitar levar as mãos ao rosto e usar papel ou toalha limpa para enxugar o suor. “Também lave as mãos ao chegar à academia para proteger os outros do que você trouxe da rua e ao sair do local, para te proteger do que encontrou por lá”, acrescentou.
Como os olhos são órgãos frágeis e bastante suscetíveis a lesões, um médico oftalmologista deve ser consultado caso ocorra algum trauma durante a prática esportiva. E havendo baixa de visão, a visita precisa acontecer imediatamente. “Dependendo da natureza do trauma, podem ocorrer perfurações, inflamações e até o descolamento de retina. Por isso, o diagnóstico rápido pode ser extremamente importante para evitar complicações”, orientou a oftalmologista.