Mosteiro de São bento será reformado
13/03/2017 10:56 - Atualizado em 14/03/2017 15:02
Folha da Manhã
A parte interna do mosteiro, principalmente o teto, apresenta rachaduras que comprometem a estrutura. /Folha da Manhã
Um dos patrimônios de Campos, o Mosteiro de São Bento, localizado no distrito de Mussurepe, na Baixada Campista, passará por reformas em breve. De acordo com a assessoria da Diocese de Campos, a igreja foi interditada e as missas estão sendo celebradas na escola local. A assessoria também indicou que as obras precisam iniciar em pouco tempo, porque a estrutura estaria abalada. Segundo o Abade do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, Dom Filipe Silva, está sendo feito levantamento dos custos com empresas que executarão as obras, que ainda não tiveram datas informadas.
— Para nós campistas, o mosteiro tem uma história de lutas para a implantação da fé católica. Foram os monges os grandes missionários que ajudaram a construir a cidade em todos os aspectos. Um prédio que é um patrimônio importante para a cidade precisa ser restaurado — pontuou o jornalista Ricardo Gomes.
A parte interna do mosteiro, principalmente o teto, apresenta rachaduras que comprometem a estrutura.
A preservação do mosteiro une religiosos e intelectuais. O produtor cultural e diretor de teatro Fernando Rossi destaca o valor do local e a urgência de restaurar o mosteiro.
— A restauração de um prédio histórico é o resgate da nossa identidade. É fundamental, sendo resgate de histórias, um legado cultural sem preço. Faz-se urgente sua preservação — disse.
A presidente da Fundação Cultural Jornalista Osvaldo Lima (FCJOL), Maria Cristina Torres Lima, ressaltou que o Mosteiro de São Bento é um importante local de referência dos monges beneditinos.
— A construção dele data do século XVII, e sua restauração é saudada como intervenção imprescindível na preservação de um patrimônio histórico, arquitetônico e religioso dos mais valiosos para o município de Campos dos Goytacazes e toda a região. A partir da obra de restauração, preservando o estilo barroco “tardio”, os visitantes poderão apreciar a edificação, garantindo a revitalização do espaço que, certamente, reserva para si saberes dos mais preciosos e relevantes — disse Maria Cristina.
O jornalista Fernando Leite também destacou o valor histórico do mosteiro e disse que restaurar um patrimônio significa resgatar histórias da cidade. Para ele, o Mosteiro de São Bento representa não apenas uma igreja, mas um lugar onde aconteceram muitos fatos da história de Campos e que contribuiu para educação e propagação da fé católica através de seus religiosos.
— O mosteiro, além do seu valor histórico, uma vez que sua construção data do século 17, é parte do eclético mosaico arquitetônico do município. É uma obra que vale pela forma e pelo conteúdo. O município, em seus primórdios, teve duas influências grandes dos evangelistas da igreja católica: os jesuítas e os beneditinos, cujas obras físicas estão ainda em estado razoável — comentou.
— O solar do Colégio, na estrada de Tocos, onde funciona o Arquivo Publico Waldir de Carvalho, talvez seja a última edificação jesuítica da região. Importante que ele, junto com o mosteiro, permaneça na tradição da cidade. É importante que o poder público municipal não se descuide dele, já que apresenta problemas estruturais — concluiu Fernando Leite.
Mosteiro — O Mosteiro de São Bento é um dos legados dos monges beneditinos, que chegaram em Campos em 1648. Além de trabalharem na implantação da fé católica, os religiosos deixaram grandes contribuições na educação e na cultura. O primeiro monge, Frei Fernando de São Bento, foi importante no inicio da colonização da cidade, sendo administrador das terras de Salvador Correa. (J.R.) (A.N.)

ÚLTIMAS NOTÍCIAS