Jhonattan Reis
09/03/2017 18:57 - Atualizado em 12/03/2017 12:25
O jornalista e poeta Aluysio Abreu Barbosa abriu, na noite da última quarta-feira (8), a edição de 2017 do Cineclube Goitacá, com a exibição de “Lavoura Arcaica” (2001), dirigido por Luiz Fernando Carvalho. Aluysio ressaltou que considera o longa, ao lado de “Limite” (1931), de Mário Peixoto, e “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), de Glauber Rocha, os três maiores filmes brasileiros já feitos.
Em “Lavoura”, André (Selton Mello), sai de casa porque era sufocado pelos pais. Seu irmão mais velho, Pedro (Leonardo Medeiros), recebe de sua mãe a incumbência de trazê-lo de volta ao lar. Cedendo aos apelos, André volta para a casa dos pais. Porém, ele irá quebrar definitivamente os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana (Simone Spoladore).
Após a exibição, Aluysio explicou que a escolha de “Lavoura Arcaica” foi uma sugestão do advogado Geraldo Machado, que indicou o filme por conta da polêmica com Raduan Nassar (autor de livro homônimo) na entrega do Prêmio Camões.
— Essa situação aconteceu um pouco antes do Carnaval. É um prêmio entregue pelos governos de Brasil e Portugal, e Nassar, com muita justiça, recebeu essa premiação. Só que durante seu discurso, o autor criticou o governo de Michel Temer e, então, o ministro da cultura, Roberto Freire, do PPS, rebateu. Isso, com a rede social, ganhou dimensão enorme — disse Aluysio.
Sobre a polêmica, Geraldo Machado opinou: “Não há polêmica, há uma certeza: o senhor Roberto Freire não é dono do prêmio. Ele não pode se sentir ofendido porque o governo estava ali presente. É a língua portuguesa que foi brindada pela obra prima. Roberto Freire, com uma visão patrimonialista, se sentiu ofendido e traduziu uma suposta revolta do governo em achar que o Nassar teria sido mal agradecido”.