Liderança absoluta no quesito reclamação entre sanjoanenses
31/03/2017 12:06 - Atualizado em 31/03/2017 14:04
Não é com base em nenhum dado de instituto de pesquisa, mas por sondagem rápida nas redes sociais e aferição das mensagens recebidas praticamente todos os dias dos leitores. A Sanjoanense Campostur, detentora das linhas intermunicipais entre Campos e São João da Barra, é a líder absoluta no quesito insatisfação entre os moradores ou aqueles que trabalham em SJB. Vivo, Enel (antiga Ampla) e Cedae brigam pela segunda colocação.
Não importa o dia, horário ou itinerário: sempre há reclamação. E os motivos são quase sempre os mesmos. Horários não cumpridos, carros sem manutenção, que dão problemas na estrada, falta de cortina em ônibus que as janelas não abrem e o ar condicionado não funciona como deveria. Sem falar nas paradas na BR 356 para troca de motoristas, carros sujos (e neste ponto os passageiros têm culpa), com a companhia das baratas.
Recentemente a empresa reajustou a tarifa (a mais cara é entre Campos e Atafona, R$ 11,50). Antes, readequou seu quadro de horários para “melhor atender ao usuário”. Ora, como poderia melhor atender ao usuário com a redução dos horários entre Campos e SJB? O resultado é o que se vê hoje, carros sempre lotados e atrasados. A empresa sabe que é impossível cumprir os horários que ela estabelece em determinados itinerários.
Fatos? Vamos aos mais recentes. Na noite dessa quarta-feira (29) um ônibus quebrou na 28 de Março, em Campos, bem perto da garagem da Campostur. Como problemas ocorrem, a empresa estaria com algum veículo reserva para essas emergências, certo? Não! Teve que esperar o próximo.
Na manhã de quinta (30), ônibus quebrados de novo. Desta vez, entre Atafona e SJB. Como resultado, carro lotado após dois horários não cumpridos. Utilizam esses ônibus do transporte intermunicipal estudantes, trabalhadores, pessoas que têm horários a cumprir. Todos são prejudicados. Lembra do ônibus que quebrou na quarta, citado no parágrafo anterior? Adivinha o que aconteceu com ele na quinta? Sim, quebrou de novo, em mais uma viagem cheia de transtornos. O carro só andava com as portas abertas e bem devagar. Se parasse, levava mais de cinco minutos para sair do lugar (inclusive colocando passageiros em risco, já que ficou por um tempo parado na altura de Caetá).
E já ia esquecendo de falar da “escala” em Barcelos, obrigatória (?), para passar o Rio Card e a situação dos cadeirantes. Nem todos os carros que indicam ter acessibilidade estão com as plataformas funcionando (ou essa é a desculpa para deixar cadeirantes nos pontos).
Tudo isso acontece, aparentemente, com anuência do Detro, responsável pela fiscalização do serviço. Só se ouve falar nele quando da liberação de reajuste tarifário ou em ações para coibir o transporte alternativo (ou clandestino). E quando do reajuste, a Campostur até faz a “boa ação” de não cobrar o valor cheio autorizado pelo Detro, que ultrapassa a casa do absurdo. Parece que o órgão fecha os olhos à realidade: a qualidade da estrada é outra, o fluxo de passageiros é maior. Nada disso é levado em conta. Só os índices de reajuste inflacionários.
Enquanto isso, quem sofre é o usuário. Carros velhos, sucateados, sujos. Péssimo serviço oferecido, com preço de primeira linha!
Em tempo – Quem mais ouve essas reclamações são os funcionários, que, na maioria, são cordiais e não podem responder nada. Nos fins de semana, apesar de os horários reduzidos e nem sempre cumpridos, os ônibus existem, enquanto o transporte alternarivo dentro do município desaparece. Outro ponto a ser destacado é que o texto tem teor opinativo. Caso chegue ao conhecimento da Campostur e do Detro, o espaço está, sempre, aberto ao contraditório.

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    Arnaldo Neto

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