Na primeira vez em que falou com o juiz Sergio Moro, nesta terça, durante audiência, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) leu carta em que disse ter um aneurisma e reclamou da falta de tratamento na prisão onde está detido. Os advogados de Cunha também pediram liberdade do cliente. E o ministro Edson Fachin, novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou para esta quarta (8) o julgamento em plenário de recurso em que o ex-deputado pede para ser solto.
A declaração de Cunha ocorre menos de uma semana após a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que também era ré na Lava Jato e sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Cunha escreveu a carta de próprio punho, em sua cela no Complexo Médico Penal, em Pinhais, onde está detido há quase quatro meses. Nela, ele cita um aneurisma
O político tem acompanhado pessoalmente todas as audiências do processo – o que não é comum a outros réus presos na Lava Jato. Em ocasiões anteriores, sentou ao lado do seu advogado, fez anotações e cochichou instruções e comentários aos defensores, durante os depoimentos de testemunhas.
O ex-deputado é réu sob acusação de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. Ele é suspeito de interceder em favor da empresa vencedora do negócio.
O peemedebista nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e foram abastecidas com recursos lícitos.
Recurso — No STF será julgado nesta quarta recurso de Cunha. A defesa alega que o próprio STF arquivou pedido anterior da Procuradoria-geral da República (PGR) para que ele fosse preso, pouco depois da cassação de seu mandato na Câmara, em setembro.