Os trabalhos de barracão e ateliê se intensificaram nas duas tradicionais escolas de samba de São João da Barra nos últimos dias para a estreia no domingo de Carnaval. Nos Congos, 90% do planejado já foi concluído, com a mão de obra de cerca de 30 pessoas. A movimentação também é grande no Chinês, com 20 voluntários se desdobrando na montagem das alegorias, confecção de fantasias e demais detalhes exigidos para uma bela apresentação.
Primeira a desfilar, às 22h de domingo, com o enredo Riscando o chão da avenida, vermelho é amor, é sangue, é vida!, Congos faz uma homenagem à cor mais forte de seu pavilhão. Três carros alegóricos, três tripés e cinco alas compõem a apresentação. Serão aproximadamente 600 integrantes e, na bateria, tendo à frente a madrinha Tayane Barreto, 70 ritmistas estarão vestidos de malandros. O casal de mestre-sala e porta-bandeira será Ian Machado e Clarissa Martins.
O carro abre-alas mostrará o vermelho na natureza, com a extração da tinta pelos índios para pintar o próprio corpo. No segundo carro, a cor na religião – em um paradoxo entre o céu e o inferno – e uma analogia à sedução, com um cabaré sendo apresentado na avenida. A última alegoria faz uma referência a Marte, o planeta vermelho.
– Queremos com o enredo, também, ressaltar o amor pela escola. Pretendemos esse ano manter o padrão de outros carnavais, levando à avenida muito luxo e criatividade, que são marcas dos Congos – destacou o carnavalesco Geraldo Lopes.
Com o enredo Fonte da juventude, Chinês levará para a avenida, à meia-noite de domingo, uma mensagem relacionada à busca interior, mostrando às pessoas que a beleza e a juventude estão dentro de cada um, deixando de ser uma questão meramente externa.
Para desenvolver o tema, a escola levará para a avenida dois carros alegóricos e dois tripés. No abre-alas, o tema A busca pela fonte da juventude, seguido do carro-chefe, Beleza e juventude. Três alas, incluindo a tradicional ala das camisas, integram o desfile. A bateria comandada pelo mestre Daniel Santos terá como madrinha Carlatriz Lopes e o casal de mestra-sala e porta-bandeira será os irmãos Marilyn e Caiki Pinto.
— A escola passa por um momento difícil e posso afirmar que esse é o carnaval da superação, do desafio e da entrega. Nosso trabalho no barracão começou em dezembro. O sucesso que viermos a obter na avenida será dos componentes e da família Chinês – destacou Luciano Vicente, integrante da Comissão de carnaval juntamente com Gil Viana, Tarciso Malhardes, Marilyn Pinto e Guinther Matos.
Após o desfile no domingo, as duas escolas retornam à avenida na terça-feira, fechando o carnaval que é considerado o melhor do interior do estado do Rio de Janeiro. A ordem dos desfiles, nesse dia, será invertida, com Chinês iniciando e Congos fechando as apresentações. (A.N.)