“Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí”. A marchinha, composta pelos irmãos Homero, Glauco e Ivan Ferreira e imortalizada na voz de Moacyr Franco no Carnaval de 1960, já mostrava a proximidade da relação entre o dinheiro e a Festa de Momo. Das gigantescas escolas de samba do Rio de Janeiro até o folião que brinca solitário pelas ruas estreitas, passando pelos blocos e bailes em família, a movimentação nas lojas comerciais especializadas é incrementada nesse período.

Em Campos, mesmo com a não realização dos desfiles de escolas e blocos oficiais, as casas especializadas em produtos para o Carnaval, faltando duas semanas para a festa, já apresentam uma elevação na procura e na movimentação de clientes.

Thianny Rosa Moreira, gerente de uma especializada em produtos para a folia, ressalta que a movimentação está surpreendendo positivamente. “Diferente do que acontece em outros anos, a procura já é grande. Trabalhamos com material para aniversário, casamento e outros tipos de festa. Neste período do ano, destinamos um espaço próprio, na sobreloja, somente para produtos carnavalescos e a movimentação sempre foi intensificada somente na última semana. Neste ano não. Já temos procura acentuada e vendas correspondentes”, afirma, ressaltando que muita gente atribui a antecipação ao desejo de viajar no período e não ter que enfrentar as lojas cheias.

Segundo Thianny, nesta época, muitas pessoas que festejam aniversário usam o Carnaval como temática. “São comprados painéis com motivos dos antigos carnavais. Máscaras para os convidados, confetes e serpentinas. As pessoas transformam as festas de aniversário em verdadeiros bailes”.

Acompanhada da mãe, a jovem Thaisa Eduarda Neto Tavares, que comemora 15 anos no próximo dia sábado (dia 18), é uma das que fez a opção de motivos carnavalescos. Nas cestas sobre o balcão, muitos rolos de serpentina, sacos de confete, máscaras de emotions. “Resolvi transformar a minha festa num grande baile. Animação não vai falar”, aposta.

Marisa Nunes Gonçalves dá garantia do sucesso da festa de Thaisa. “Fiz há três anos uma festa, quando completei 23 anos, com motivo carnavalesco e foi muito bom. É animado e todo mundo gosta”, afirma.

Fora do balcão, o Carnaval também representa possibilidade de lucro para profissionais de diversas áreas. A costureira Cristiane Gomes Costa, há aproximadamente dois anos, viu na produção de fantasias, para venda e também para aluguel, uma boa opção.

— Trabalho no comércio e, nos períodos de folga, coloco em prática algo que gosto de fazer: as fantasias. Comecei fazendo as minhas próprias, das minhas irmãs e amigas. Vi, então que poderia ganhar dinheiro produzindo-as, sobretudo nesse período carnavalesco — ressalta Cristiane.

A artesã Jacira Nunes Vasconcellos, a exemplo de Cristiane, aproveita o período para impulsionar a economia doméstica. “Todos os anos, eu e minhas filhas, produzimos entre 1500 e 2000 colares havaianos. Vendemos no atacado e no varejo. E nunca sobrou nenhum”, afirma.