Batalha e Capeta mantêm tradição
Matheus Berriel 06/02/2017 11:07 - Atualizado em 08/02/2017 15:04
Michelle Richa
/ Michelle Richa
Falta menos de um mês para o Carnaval, mas nem todos os detalhes estão definidos para a folia em Campos. De acordo com Lélio França e Luiz Augusto “Coliseu”, coordenadores da tradicional Batalha de Confetes Ouro Azul e do bloco Boi Capeta, respectivamente, tudo está planejado de acordo com a tradição, mas ainda não houve a formalização do apoio financeiro e estrutural por parte da Prefeitura. Estava programada uma reunião com representantes da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, que deu suporte nos anos anteriores, mas nesta semana os foliões foram informados que o órgão responsável será a Superintendência de Entretenimento e Lazer.
“Independente do Governo, a Prefeitura sempre ajuda disponibilizando palanque, iluminação e som, além do apoio financeiro para a confecção dos abadás, a premiação dos participantes, entre outras coisas. Nos últimos dois anos, conseguiram um patrocínio para fazermos a nossa festa. É necessário, porque muita gente não tem condição de passar o Carnaval na praia.
Essas pessoas vêm para o Centro curtir o Carnaval de rua”, disse Lélio França, que teme que o atraso para a confirmação do apoio prejudique os preparativos. “Muita gente me liga perguntando se vai ter a Batalha. Por mim, é claro que vai ter. A festa é do povo, não é minha. Agora, eu preciso da ajuda financeira para fazer os pagamentos, porque não tenho condição de pagar sozinho. Se fosse uma festa fechada, eu cobrava ingresso e pagava tudo. Mas é uma festa de rua”, completou.
Em 2017, a Batalha de Confetes completa 45 anos ininterruptos, acontecendo sempre no sábado que antecede o Carnaval, na rua 13 de Maio, que se transforma em uma passarela para os desfiles de vários bois pintadinhos. O nome “Ouro Azul” surgiu há 15 anos, quando Lélio assumiu a coordenação, e faz menção às cores do Automóvel Clube de Campos, onde foi criado o bloco “Os Caveiras”, o embrião da Batalha, idealizada por Lord Broa. “Fazemos o Carnaval legítimo, de raiz, com marchinhas e os bois pintadinhos. Precisamos preservar o que restou do nosso Carnaval. Se deixar acabar o pouco que ainda temos, daqui a pouco não vai ter nada para contar história. Temos que manter a tradição viva”, ressaltou Lélio, que premia todos os bois que participam do evento. Neste ano, serão oito: Amigos Bois, Boi Beira-Rio, Boi Brasil, Boi da Raça, Boi Guloso, Boi Jeitoso, Boi Zangado e Boi Zulu. A ordem dos desfiles será definida por sorteio.
Já o Boi Capeta foi criado há 47 anos, como uma brincadeira dos jogadores do Goytacaz. O bloco acontece na sexta-feira de Carnaval, com concentração em frente ao estádio Ary de Oliveira e Souza, na rua dos Goitacazes (antiga rua do Gás). O percurso passa em contramão pela rua Tenente Coronel Cardoso (antiga Formosa) até a 13 de Maio, onde é feita a primeira curva de uma volta olímpica, que termina novamente na rua dos Goitacazes, em frente à escola de samba Ururau da Lapa. Há premiações de troféus e medalhas para a rainha, musa e madrinha do bloco. “Os blocos mantêm a tradição do Carnaval campista. Se não tivermos o nosso pré-Carnaval, a cidade vai ficar morta, sem história. O Boi Capeta reúne cerca de duas mil pessoas. Vem gente de outras cidades para participar”, disse Luiz Augusto “Coliseu”.
Entre a abertura com a Batalha de Confertes Ouro Azul, no dia 18, e o encerramento com o Boi Capeta, no dia 24, completa a programação a Banda Carmen Miranda, que há 25 anos faz parte do Carnaval campista. O evento da banda está marcado para o dia 23, começando na esquina da Francisco Lamego, com sentido à ponte Barcelos Martins, e terminando embaixo do viaduto (ponte Leonel de Moura Brizola).
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que protocolou ofícios referentes às solicitações dos blocos de carnaval e pretende, dentro dos limites orçamentários e de serviço municipal, disponibilizar apoio necessário.
Folha da Manhã
Boi Capeta / Folha da Manhã

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