A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, homologou as 77 delações de executivos e ex-executivos da construtora Odebrecht. Agora, o material será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República, que vai analisar os documentos para decidir sobre quais pontos irá pedir investigação.
Na sexta-feira (27), juízes auxiliares do gabinete do ministro Teori Zavascki concluíram as audiências com os 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo no âmbito da Operação Lava Jato. A homologação dá validade jurídica às delações.
Teori era relator da operação no tribunal. Com a morte do ministro, em um acidente de avião no último dia 19, a presidente do STF autorizou que os juízes auxiliares concluíssem os trabalhos.
Nas audiências com os executivos e ex-executivos da Odebrecht, os juízes perguntaram aos delatores se as informações foram prestadas nos depoimentos de livre e espontânea vontade, sem coação por parte dos investigadores.
Repercussão em Campos - No início de dezembro de 2016, o casal Garotinho apareceu em uma das delações de executivos da Odebrecht. Eles teriam recebido R$ 9,5 milhões em propina da empresa, de acordo com o diretor da construtora, Leandro Andrade Azevedo, segundo uma matéria da revista Veja.
Os valores teriam sido usados para reforçar o grupo em três eleições. Ainda de acordo com o executivo, Garotinho reclamava pessoalmente quando havia atraso. Leandro esteve em Campos em outubro de 2010, ao lado da prefeita Rosinha (PR), quando assinou o maior contrato da história do município – R$ 1 bilhão na construção do programa habitacional “Morar Feliz”.
À época, o ex-governador disse em sue blog que está sendo alvo de uma “vingança”. A delação de executivos da Odebrecht à Procuradoria Geral da República (PGR) mostra pagamento de propina aos principais políticos do país.
De acordo com a coluna “Radar”, na revista Veja, o diretor da Odebrecht diz que a prefeita elaborou duas licitações para a construção de casas populares, com especificações que só permitiram à Odebrecht vencer o certame. Em troca, a construtora desembolsou um total de R$ 9,5 milhões em contribuições oficiais e repasses de caixa 2 a campanhas de Garotinho e Rosinha, entre 2008 e 2014. O delator diz que, em 2009 e em 2012, Rosinha lançou etapas do programa “Morar Feliz”. (A.N.)