Motoristas de ônibus fazem nova paralisação
Jhonattan Reis 24/01/2017 09:55 - Atualizado em 25/01/2017 09:47
  • Paralisação de motoristas

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A paralisação de quatro empresas de ônibus do consórcio União, nesta terça, dificultou a vida de muitos campistas, que pode ainda sofrer com o serviço limitado, já que funcionários da Turisguá, São Salvador, Cordeiro e Siqueira dizem que só voltam ao trabalho após receber pagamentos atrasados. A Prefeitura afirmou ter feito nesta terça-feira um repasse de R$ 1.803.937.95, que será dividido não só entre estas empresas. No entanto, o presidente do sindicato dos Rodoviários, Roberto Virgílio, acredita que o valor não seria suficiente para arcar com as dívidas das empresas com os funcionários.
Usuários do transporte coletivo de Campos enfrentaram dificuldades para se locomover na manhã desta terça por conta da paralisação. No terminal Luís Carlos Prestes, no Centro, não havia nenhum ônibus do consórcio União nos pontos por volta das 11h. Por volta das 11h30, Ilsa Cabral Vicente, 49 anos, que trabalha com serviços gerais, foi pega de surpresa pela falta dos coletivos. Ela, junto com sua filha de 11 anos, foi para a rodoviária Roberto Silveira, carregando várias bolsas, para pegar um coletivo para Farol de São Thomé.
— Nem sabia que estava sem ônibus. Estou descobrindo agora. Esperando há uns 15 minutos e não tinha conhecimento disso. Vou ver o que vou ter que fazer. Já estava planejado para eu encontrar com familiares lá no Farol — disse.
Já no terminal Luís Carlos Prestes, o motorista Messias de Almeida, 47 anos, morador de Goitacazes, não encontrou ônibus na linha de seu bairro. “Cheguei agora aqui no ponto de Goitacazes e estou vendo que está tudo parado. Pelo visto, vou ter que pegar van ou outro transporte alternativo. A coisa está feia”, relatou.
Profissionais da Turisguá, que ainda falaram sobre condições dos veículos, se concentraram em frente à sede da empresa, no Turfe Clube, pela manhã. Ônibus do consórcio estiveram parados, durante a manhã, no terminal rodoviário Luís Carlos Prestes e na rodoviária Roberto Silveira.
Segundo rodoviários da Turisguá, 100% dos funcionários que trabalham pela manhã estariam ou no interior da sede da empresa ou em frente a ela. Eles afirmaram que estão passando por transtornos. “Já vamos chegar a dois pagamentos atrasados, além de metade do 13°. Precisamos receber. Quase todos nós estamos contando com ajuda de família e amigos. Eu, como muitos outros, sou chefe de família. Tenho três filhos para criar. É complicado. Eu me sinto mal com isso”, disse um cobrador que preferiu não se identificar. Um motorista acrescentou: “Já peguei muito empréstimo. Grande problema é estar trabalhando e não ter dinheiro”.
Sobre a situação, a representante do Consórcio União e presidente da Turisguá, Rosimere Araújo, afirmou: “Estamos tentando negociar para retornar o serviço. Quinta-feira é a promessa de pagamento, então estamos aguardando até lá. Acredito que a falta de pagamento seja a nova mudança de governo, pois dizem que estão acertando para fazer o pagamento. A manutenção da empresa está precária, seja diesel, pneu, peças, porque, desde que não tenha repasse, não tenho condições de manter. Com um real não consigo abastecer os ônibus”.
O presidente do sindicato da categoria, Roberto Virgílio, afirmou no início da noite desta terça, que os rodoviários irão manter a paralisação dos serviços de transporte até que os salários reivindicados sejam pagos. “Todas as empresas hoje tem problemas de pagamento. Mas, o valor (do repasse da Prefeitura) é pouco. Na minha concepção, não seria o bastante para honrar os vencimentos dos funcionários”, informou Virgílio. O presidente contou ainda que o secretário de Governo, Fábio Bastos, teria afirmado em reunião recente, que a partir da liberação dos valores referentes aos royalties, a Prefeitura repassará para as empresas de transporte, os pagamentos do mês de janeiro.
Pagamento - A Prefeitura de Campos informou que fez o adiantamento do repasse de janeiro para as empresas de ônibus ainda nessa terça-feira. De acordo com o secretário de Governo, Fábio Bastos, o valor, de R$ 1.803.937.95, será dividido para as empresas.

— A nossa força tarefa é para colocar toda essa questão em dia. A lei obriga o adiantamento total do repasse no início do mês, o que não vinha sendo feito nos últimos anos. Eles adiantavam a metade e, no final do mês, pagavam o restante. Além disso, não deixaram dinheiro em caixa para fazer esse primeiro repasse — disse Fábio Bastos.

Ainda segundo o secretário de Governo, Fábio Bastos, em reunião, na segunda-feira, os empresários garantiram que o repasse pago será usado para colocar os salários dos funcionários do ramo em dia. O órgão e a categoria tiveram encontros para definir a questão desde o início do ano.

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