Um homem ateou fogo no local onde se forma a fila de pacientes que espera para marcar consultas e exames na Santa Casa de Misericórdia de Campos, na madrugada desta quinta-feira (20). Apesar de haver pessoas na fila, ninguém se feriu. A situação aconteceu na calçada de uma das entradas da unidade, na rua Cornélio Bastos, por volta das 2h30.
Antes do ato, o homem teria chegado ao local para marcar o atendimento, mas as fichas já tinham acabado, segundo a Junta Interventora da unidade.
A Junta Interventora informou que vai buscar apoio da Polícia Militar e ressaltou a importância de mais fichas serem liberadas por parte da secretaria Municipal de Saúde. As marcações ocorrem nos últimos 15 dias de cada mês.
— O que chegou ao nosso conhecimento é que esse homem, quando chegou, ficou sabendo que o número de pessoas que estavam ali na fila era muito superior ao número de fichas e que, por isso, ele não teria condições de marcar o exame. Ele, então, teria ficado revoltado, saiu de moto com outro homem, foi num posto de gasolina, comprou combustível, voltou e jogou o líquido inflamável nos colchonetes e cobertores que estavam ali, ateando fogo e fugindo em seguida. As pessoas muitas vezes se revoltam por conta da baixa quantidade de fichas fornecida em relação à demanda, que é grande — disse um dos membros da Junta Interventora, Rui de Oliveira Grain.
De acordo com Rui, “a Santa Casa trabalha com um número de fichas que é definido pela Prefeitura de Campos, através da secretaria de Saúde. São muitas pessoas que vêm para a fila, principalmente se tratando de exames de sangue, pois é o único hospital que está fazendo esse tipo de exame, que é limitado. Seria melhor para a população que tivesse mais fichas. Graças a Deus que ninguém se feriu, mas que isso sirva de alerta”, falou.
Ainda segundo ele, a Junta Interventora entrará em contato com a Polícia Militar para solicitar apoio em dias de marcação de consultas. “A situação não compete à Santa Casa, pois é parte externa da unidade, de responsabilidade da polícia. Vamos tomar essa providência para que isso não ocorra mais”, disse Grain, lembrando que ninguém que estava na fila reconheceu o homem.
Segundo o titular da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Geraldo Rangel, a situação não chegou a ser encaminhada à delegacia para registro.
Questionada sobre os critérios para avaliar o número de fichas disponibilizadas pela secretaria de Saúde e se há possibilidade de serem entregues mais fichas diariamente, a superintendência de Comunicação da Prefeitura não havia se pronunciado até o fechamento desta edição.