Varre-Sai comemora a santa dos milagres
05/08/2012 12:08

O município de Varre-Sai está festejando Santa Filomena. Desde o último dia 1°, missas solenes estão sendo celebradas na igreja, com padres de toda a região. Hoje, no quinto dia do novenário, o padre Cirley Carvalho, de Natividade, inicia a pregação a partir das 19h. As festividades acontecem até o dia 10, dia da santa, e contam ainda com  cavalgada, procissão, almoço e leilão.


Para o padre Rogério Cabral Caetano, da Paróquia de São Sebastião, a santa representa muito para a cidade, mesmo não sendo a padroeira principal, posto de São Sebastião, e a festa traduz outras comemorações.


— A festa de Santa Filomena este ano tem uma importância muito grande. Festejamos os 90 anos da Diocese de Campos, e em janeiro vamos comemorar o centenário de criação da nossa Paróquia. Portanto, a festa tem um apelo à espiritualidade, à implementação da fé e ao respeito a nossa igreja. Estamos preparando momentos de religiosidade, tradições que nosso povo fiel sempre procurou preservar. Muitas serão as graças que receberemos pela intercessão de São Sebastião e Santa Filomena — disse.


Até o dia 10, missas serão celebradas todos os dias às 19h, e durante todo o novenário, barracas de doces, salgados, churrasquinho, pescaria e bingo estarão funcionando, em benefício às obras de conclusão do antigo Seminário de Varre-Sai. Na quarta-feira, com início previsto para as 9h, acontece a 2ª Cavalgada de Santa Filomena, que sai do Sítio “Vai e Volta” em direção ao seminário, passando pela capela. O almoço e o leilão de bezerros começam 11h30, e a tradicional procissão com a Lira de Santa Cecília, às 18h. O Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, celebra a missa encerrando o último dia de novenário.


A devoção à santa começou com o português e capitão, Alexandre Inácio da Silveira, no século XIX. Ao voltar de seu país, trouxe uma pequena imagem da santa, que colocou na sala de sua casa, na Fazenda “Vai e Volta”. Ali, ele e seus familiares rezavam o terço, faziam ladainhas, cânticos e diversas orações. No entanto, os vizinhos também começaram a pedir pela intercessão de Filomena, o espaço foi ficando pequeno e a devoção se espalhou, obrigando os fiéis a construírem uma capela, em um terreno próximo a entrada do cemitério de Varre-Sai, em meados dos anos 30. Os devotos levaram a imagem em carro de boi até a edificação e fizeram uma procissão, composta por cavaleiros e pessoas a pé, inaugurando a 1ª festa em homenagem a santa. A atual igreja foi erguida ao lado da primitiva, na década de 50, numa elevação no Largo Santa Filomena, e é uma das mais visitadas do município, tanto por romeiros quanto por fiéis.

Perseguida por se dedicar à religião

Santa Filomena, segundo a crença, nasceu no século III, em uma cidade-estado da Grécia, filha de pais nobres. Ela teria sido prometida ao imperador Diocleciano para ser sua esposa, aos 13 anos, em troca da pacificação de alguns confrontos. No entanto, a jovem se recusou a casar porque havia eleito Jesus Cristo como seu esposo e o imperador, frustrado, ordenou que a matassem. Os embasamentos do culto a Santa Filomena se encontram nas Sagradas Relíquias, a-chadas por um pedreiro no dia 25 de maio de 1802, no cemitério de Santa Priscila ( escavações das catacumbas de Roma). Pela tradição, Santa Filomena cura doentes, consola os aflitos,  auxilia estudantes em seus exames e obtém para as mães facilidade no nascimento de seus filhos. Os papas foram  generosos com a Santa. Gregório XVI concedeu-lhe um ofício, uma missa especial e uma leitura própria no Breviário (atual Liturgia das Horas), Leão XIII aprovou o uso do famoso "Cordão de Santa Filomena", e ergueu a Arquiconfraria na França e São Pio X a estendeu para o mundo inteiro. Ela foi canonizada em 13 de janeiro de 1837, por Gregório XVI, sendo considerada virgem e mártir.

Imagem volta para o altar da igreja

A atual igreja de Santa Filomena foi construída por Romeu Poli, filho do italiano Francisco Poli, que edificou grande parte das igrejas da região, como a de São Se-bastião. Houve um período em que a capela ficou parcialmente desativada, devido aos desentendimentos entreporque os dois padres da região: Oto e Cordeiro. O padre Oto começou a levar peças e alfaias da igreja de Santa Filomena para a de Santa Clara, e a imagem de Filomena ficou sob os cuidados de Philomena Pires, neta do capitão Alexandre que iniciou a devoção à santa. Após a sua morte, a imagem foi restaurada e retornou ao altar-mor, no qual permanece até hoje. Antes, a representação só era vista pelos fiéis uma vez por ano, quando participava da procissão, e retornava à casa de Philomena.


O estilo da igreja é eclético e influenciado pela arquitetura árabe, como a cúpula da torre do sino que se assemelha a de torres de mesquitas. Uma estreita escada de alvenaria leva ao coro e a capela-mor não possui altar. Em seu lugar está um grande crucifixo e do lado esquerdo, em um nicho, está instalada a imagem de Santa Filomena. O sacrário de metal e a mesa de celebração em mármore branco completam o conjunto.

Letícia Manhães (estagiária)

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