Candidaturas da delegada Madeleine e de Wladimir são alvos de denúncias
Mário Sérgio Junior 11/09/2024 16:25 - Atualizado em 13/09/2024 17:28
Candidaturas
Candidaturas / Divulgação
As candidaturas a prefeito de Campos da delegada Madeleine (União) e de Wladimir Garotinho (PP) foram alvos de denúncia de suposto crime eleitoral. Em relação à denúncia que envolve Madeleine e também o vereador Marquinho Bacellar (União), a Polícia Federal em Campos abriu um inquérito para apurar um suposto esquema de corrupção eleitoral envolvendo pastores em troca de apoio político. Já em relação a Wladimir, o vereador Thuin (PRD), candidato de oposição a prefeito de Campos, menciona um vídeo que circulou nas redes sociais de duas mulheres, que seriam RPAs da Prefeitura, fazendo campanha para o prefeito em local de trabalho e com várias cestas básicas ao fundo. Em nota, Madeleine diz desconhecer qualquer denúncia ou investigação em curso. Marquinho também informou que não foi notificado pela PF e fala em politicagem. Já a defesa de Wladimir afirmou que o vídeo mencionado por Thuin se trata de uma atitude individual e pontual, com as prestadoras de serviços envolvidas já afastadas de suas funções. 
A denúncia contra o grupo de Madeleine e Bacellar, apresentada pelo ex-vereador Thiago Virgílio (Agir), aponta áudios de um grupo de WhatsApp que mencionam que líderes religiosos estariam recebendo pagamentos financeiros em troca de apoio às campanhas de Madeleine e de Marquinho. Segundo a denúncia, os áudios se tornaram públicos no dia 25 de julho deste ano, no entanto o suposto esquema estaria acontecendo desde janeiro. A denúncia diz, ainda, que o suposto esquema consistiria no pagamento de uma espécie de "mesada" apelidada de "documento" que seria entregue todos os meses entre os dias 10 e 15. Em um dos áudios, um dos pastores do grupo do WhatsApp Informou que alguns membros do grupo estavam sem receber o “documento” desde janeiro.
A denúncia destaca também que um dos denunciados seria responsável por buscar o "documento" com os pré-candidatos para posterior entrega ao suposto coordenador do esquema, que seria um pastor e estaria incumbido de fazer a distribuição entre os participantes que já comprometeram seus votos.
Caberá à Polícia Federal investigar o suposto envolvimento dos líderes religiosos e dos políticos no esquema. O inquérito foi aberto pelo delegado Anderson Barcelos de Azevedo. Em nota, a PF informou que não divulga informações sobre eventuais investigações em andamento.
Sobre a situação, a Delegada Madeleine disse o seguinte: "Desconheço qualquer denúncia ou investigação em curso. Chamamos atenção que sites ligados diretamente ao governo local sejam os primeiros a divulgarem este tipo de conteúdo com informações desencontradas para confundir o eleitor. Fato é que estamos nas ruas, a minha candidatura é a que mais cresce e isso assusta meus adversários e tentar atacar a minha imagem com informações desse tipo".
Já Marquinho Bacellar declarou que: "Não fomos notificados pela Polícia Federal sobre uma denúncia. Na nossa visão, o assunto mais parece politicagem baixa de quem não está preparado para lutar democraticamente nesta eleição". 
Vídeo de supostas funcionárias RPAs é denunciado por Thuin
Nesta quarta-feira (11), o vereador Thuin, candidato a prefeito de Campos, usou suas redes sociais para falar de um vídeo em que duas supostas funcionárias da Prefeitura, no regime de RPA, gritaram o número 11, da campanha de Wladimir Garotinho , com várias cestas básicas ao fundo. As cestas são do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) municipal, que é desenvolvido desde 2023. Através do PAA, os alimentos adquiridos de agricultores familiares são doados a entidades socioassistenciais sem fins lucrativos, governamentais e não governamentais, que fornecem refeições prontas, gratuitas e contínuas a pessoas em situação de vulnerabilidade social e alimentar.
No vídeo, uma das mulheres diz: "A gente está aqui junto a todos do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) fazendo os sacolões. Estamos aqui, Wlad, trabalhando e o nosso governo, o governo de Wladimir é isso. O governo de Wlad trabalha. Grande beijo e vamos que vamos trabalhar. Sacolões para quem precisa. É 11".
Thuin classificou a situação como crime eleitoral. “Eu acabei de receber um vídeo agora de um suposto crime eleitoral muito sério em Campos dos Goytacazes. Uma suposta funcionária no regime de RPA gritando o número 11 com centenas e centenas de cestas básicas atrás dela. Isso é crime eleitoral no período eleitoral. E isso é realizado pela chapa 11, a chapa de Wladimir Garotinho. Se realmente for verdade, a gente pede à Justiça que tome uma atitude séria, que impugne a candidatura dele. Isso não pode acontecer. Nós estamos fazendo uma campnha limpa, brigando contra o sistema, sem fundo eleitoral, sem recurso. E quando a gente vê um suposto crime eleitoral dessa maneira, só nos dá mais força e mais garra para poder lutar contra todo esse sistema. Justiça tem que ser feita. Campos precisa, realmente, de pessoas que queiram fazer o bem, sem corrupção. Por favor, Justiça, tome a atitude correta e averigue se isso realmente foi verdade”, disse Thuin.
Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social informou que tomou conhecimento do vídeo e lamentou o ocorrido, que se trata de uma atitude individual e pontual, com as prestadoras de serviços envolvidas já afastadas de suas funções. "Ressalta-se que o Município já publicou legislação anterior vedando determinadas condutas no período eleitoral. De forma voluntária, o Município está reunindo toda a documentação relacionada ao projeto para apresentação ao Ministério Público, comprovando a idoneidade e transparência do programa, que foi implantado em 2023 e tem sido mostrado tão importante para agricultores familiares, instituições assistenciais e população em situação de vulnerabilidade”, diz a nota.

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