Na volta do recesso, a Câmara de São Fidélis aprovou por unanimidade, na última quarta-feira (7), o pedido de abertura de Comissão Processante que pode cassar o mandato do prefeito Amarildo Alcântara (SD). A solicitação para abrir a comissão ocorreu em meio a denúncias de desvio de dinheiro do Fundo de Previdência dos Servidores Municipais. No mesmo dia, servidores, que se sentem lesados pelos supostos desfalques no Fundo, fizeram um protesto pelas ruas da cidade e também ostentaram cartazes durante a sessão.
O presidente da Comissão Processante é o vereador Chico de Dadal (MDB) e o relator escolhido foi o parlamentar Rodrigo Santana (PSD). “Certamente essa é a votação mais delicada do nosso mandato, quem sabe até da história do município. Lamento que os servidores estejam passando por isso”, declarou Rodrigo Santana, que chegou a ser, entre os nove vereadores de SF, o único de oposição.
O pedido de abertura da Comissão foi feito após gestores do Fundo de Previdência prestarem depoimento na CPI do “Fundão”, que já estava em andamento na Câmara. No depoimento, registrados em cartório, os servidores do Fundo teriam relatado que quantias em dinheiro eram transferidas para contas pessoais deles para depois serem repassadas para parentes do prefeito.
Em novembro do ano passado, um mandado de busca e apreensão foi cumprido no Fundo pela Polícia Civil. Na ocasião, membros da CPI encontraram comprovantes bancários supostamente fraudados. Já em janeiro deste ano, a CPI do “Fundão” convocou familiares do prefeito para depor na Câmara, entre elas, a primeira-dama do município, Lia Márcia Alcântara. Na última quinta, após prestar depoimento aos vereadores da Comissão, ela deu entrevista a uma página de notícias de São Fidélis e afirmou que a verdade vai prevalecer.
— A verdade sempre aparece, ela nunca fica escondida de jeito nenhum, por mais que se criem cortinas de fumaça para poder tentar esconder os erros de outrem, usando pessoas que, de repente, vão estar na mídia, isso nunca vai prevalecer. Então hoje (quinta) nada mais foi do que fui convidada, fui citada, de maneira equivocada, e vim prestar os esclarecimentos necessários. Deixei contas bancárias, deixei toda a documentação que os vereadores necessitarem para a investigação na CPI. Estamos aqui para colaborar para que tudo realmente seja esclarecido e que o povo tenha uma resposta aí quanto à verdade dos fatos em relação ao fundo de processo — disse a primeira-dama, ressaltando que sua família é alvo de armação.
Por meio da assessoria, a Prefeitura de São Fidélis informou que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o assunto e que “informações diretas com o prefeito tem que ser através do advogado pessoal dele”. No entanto, o contato da defesa não foi passado.
Em uma das poucas declarações que já deu sobre as denúncias, o prefeito disse, durante um encontro pedagógico de abertura do ano letivo, que era vítima de mentiras. “A gente tem sofrido muito, mas a verdade vai vencer a mentira. Quero dizer que mantenho minha postura firme, confiando primeiramente na justiça de Deus e depois na dos homens. Estou convicto de que a verdade prevalecerá, pois a mentira nunca vencerá a verdade”, afirmou Amarildo.
