Domingos Brazão é apontado como mandante do assassinato de Marielle e Anderson
23/01/2024 11:30 - Atualizado em 23/01/2024 16:20
Domingos Brazão
Domingos Brazão / Reprodução
Preso desde março de 2019, o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, delatou Domingos Brazão como um dos mandantes do assassinato da vereadora e seu motorista. A informação foi divulgada nesta terça-feira (23) pelo Intercept Brasil. Em entrevista ao portal Metrópoles, o atual conselheiro do Tribunal de Contas do estado (TCRJ) negou as acusações: “Não mandei matar Marielle”.   

Lessa fez um acordo de delação com a Polícia Federal, que ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pois Brazão tem foro privilegiado por ser conselheiro do TCE.
Marielle e o motorista Anderson foram mortos no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. Desde então, a pergunta "Quem mandou matar Marielle?" ainda não teve uma resposta. 
Segundo Intercept Brasil, a principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle seria vingança contra o ex-deputado estadual e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Brazão chegou a ser citado, em 2008, no relatório final da CPI das milícias, presidida por Freixo, como um dos políticos liberados para fazer campanha em Rio das Pedras. Além disso, Freixo também teve envolvimento em outros embates com nomes fortes do MDB.
Em julho de 2021, Lessa foi condenado por destruir provas sobre o caso. Ele, a mulher, o cunhado e dois amigos  teriam descartado armas no mar, inclusive a suspeita de ter sido usada no assassinato de Marielle e Anderson.
Outro preso por participação no assassinato é o também ex-policial militar Élcio de Queiroz. Em delação premiada, em julho do ano passado, ele confessou que dirigiu o carro durante o atentado.
Brazão nega qualquer envolvimento
Político de longa carreira no Rio, Brazão falou em entrevista ao Metrópoles que vive um drama injusto. Membro de uma família de políticos, ele negou conhecer Lessa, Élcio, que confessou ter dirigido o carro para o atirador no dia do crime, e a própria Marielle. Também faz questão de dizer que nunca teve relação com milicianos. “Outra hipótese que pode ter é a própria Polícia Federal estar fazendo um negócio desse, me fazendo sangrar aí, que eles devem ter uma linha de investigação e vão surpreender todo mundo aí”.
Ao ser perguntado pelo portal se mandou Marielle Franco, Domingos respondeu: “Nem ela nem ninguém, graças a Deus. Eu nem conheci a Marielle Franco. Fui conhecer a Marielle Franco após esse trágico assassinato aí”.
Em setembro de 2019, Domingos Brazão chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por obstrução à Justiça no caso Marielle. No entanto, a Justiça do Rio de Janeiro rejeitou a acusação contra Brazão.
Em 2017, ele foi preso em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato, sob acusação de receber propina de empresários, e ficou afastado do cargo de conselheiro no TCE por quatro anos.
Com informações do Intercept Brasil e Metrópoles

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