Oposição macaense dividida — Neste momento não vejo as oposições se juntando, o que frequentemente é um fator que decide a favor de quem está sentado na cadeira, porque lá, vamos lembrar, Macaé tem um turno apenas, ainda não tem número de eleitores como tem em Campos para levar uma eleição para o segundo turno. Então, na verdade, o primeiro turno se joga antes da eleição, é nas convenções partidárias é uma pré-eleição, é uma eleição em municípios que você tem o número de eleitores que quase já ocasiona segundo turno, mas ainda não chega lá, você tem um primeiro turno que é esse, e o segundo turno é a eleição propriamente dita. Como as oposições não se aglutinam, normalmente quem está sentado no poder acaba fazendo isso, ou então, de maneira sorrateira, cria uma força que aparenta ser oposição e, na verdade, dissimula esse processo, como foi o caso em eleições passadas. Mas lembrando, eu mesmo disputei uma eleição em 2012, disputei para que não fosse uma eleição combinada, como ela se pronunciava naquela época, eu tinha apenas 2% na convenção partidária em 30 de junho, e terminei com 33% em segundo lugar. Se tivesse segundo turno, provavelmente teria uma chance muito grande de talvez, se não vencido, mas disputar uma eleição de maneira muito diferente, isso mesmo considerando que a oposição se camuflava de situação, se compôs, se bandeou e traiu ali de todas as formas, usando todos os expedientes, os piores possíveis, mas faz parte infelizmente do jogo e esse é o jogo jogado. Por isso eu digo que daqui até outubro do ano que vem ainda tem uma temporada enorme hoje.
Reeleição — O Welberth tem o favoritismo, tem uma chance muito grande. Faz um governo bem avaliado. Agora, é verdade também que não há espaço para qualquer tipo de soberba para qualquer tipo de desprezo a determinadas forças políticas, porque cada eleição é uma eleição. Não se pode dizer que a eleição municipal decide a estadual, que a estadual decide a municipal, que é nacional influencia. O jogo no município é muito diferente e ainda tem muito tempo para a eleição e a tarefa de governar nesse período, um grande desafio.
Reflexo do orçamento macaense de R$ 3,6 bi — Eu acredito que seja esforço da questão orçamentária, sem dúvida, porque teve a retomada do ambiente favorável do petróleo nesse período. Lembrar que eu trabalhei lá em Brasília, no sentido também do novo marco do gás, a cessão onerosa, que trouxe recursos paro estado, para o município e a recuperação dos preços do petróleo, isso tudo sem dúvida alguma.
Articulação com o Estado — O papel do deputado Chico Machado nessa articulação, traz também proximidade com o Estado. Eu sempre lembro que essa proximidade é muito importante. Eu, quando deputado estadual, por Macaé e pela região, trouxe obras importantes, duas UPAs 24 horas para o município, trouxe uma série de ganhos, a presença da Uenf, na área de petróleo mais próxima na cidade; obras na estrada de acesso à Serra, e eu espero, sinceramente, que o mandato do estadual, do Chico e dos demais, possa de alguma maneira estar contribuindo para isso sim.
Campos com menos recursos do que Macaé — No comparativo, acho que o mérito do prefeito Wladimir diante dessa comparação é muito maior, porque lida com o orçamento proporcionalmente menor, mas demonstra uma capacidade de gestão, uma capacidade de entrega e uma capacidade política que, no meu ponto de vista é um destaque na região e é um destaque no estado do Rio. (...) Eu torço muito para que Campos continue recuperando seu prestígio. Recuperando seu espaço.
Importância de Frederico Paes — Dividi esse pensamento outro dia (de que Campos está recuperando seu espaço econômico) com um vice com o Frederico Paes, que é dentro dessa postura da chapa vencedora, um elemento muito importante. Ele trouxe uma determinada circunstância para aquela eleição de 2020, que foi uma eleição dura. Hoje, o espaço que o Wladimir construiu, o avanço e a frente que ele abriu, não são reveladores da dificuldade que foi, lá atrás, chegar nesse momento.
Avaliação de Wladimir — Queira dizer claramente que eu tenho a honra de ter sido o primeiro voto para deputado do prefeito Wladimir, hoje prefeito, na época um adolescente, por inspiração da mãe dele a governadora Rosinha, que inspirou o voto em mim. Então eu sou grato, mas a avaliação que eu estou fazendo aqui é uma avaliação de quem está olhando a cena, está comentando a cena e está vendo o talento que o Wladimir demonstra. E olha que eu tenho respeito ao Thiago Rangel (deputado estadual), ao Jefferson (Manhães de Azevedo, do IFF), as pessoas citadas aqui como possíveis (nomes à disputa da Prefeitura de Campos), inclusive o Marcos Bacellar, presidente da Câmara... Muito respeito, mas eu tenho que caracterizar uma coisa que eu acho do lado de Wladimir importante. O Wladimir foi o último membro da família a subir à ribalta, ou seja, ele foi o último membro da família a ser reconhecido publicamente como político. O pai já havia sido, a mãe... A Clarissa deputada, a irmã, enquanto o Wladimir ficou muito tempo fazendo o chão da política no sentido de conversar, no sentido de entender. Isso deu a ele, na minha avaliação, uma percepção de realidade e uma conexão muito importante, porque ele via o conjunto todo sob a perspectiva de um olhar de cima mas também conviveu muito nessa realidade e nesse dia a dia. Participando dos entendimentos, das articulações, e quando ele surge para o voto, ele surge, na minha opinião, muito pronto.
É uma surpresa? — Se surpreendeu a alguns o desempenho dele ( Wladimir) no mandato, não surpreendeu a mim que estava com ele lá na Câmara, convivendo como deputado federal, lutando junto por várias questões em favor do estado e em favor da região. Então, acho que esse favoritismo dele tem méritos, ele consegue, conseguiu montar uma equipe que é uma equipe eficiente, eu cito aqui o Almy Júnior (secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca) e o Mauro Silva (secretário de Desenvolvimento Econômico), dois pontos que eu converso mais, mas noto que ele tem uma equipe. Wladimir busca recurso, ele sabe lidar com as fontes para buscar emendas junto aos parlamentares, compõe bem com os partidos, tem conversado com os partidos.
Novo partido do prefeito — Eu sinceramente tenho aqui uma torcida para que ele de fato se decida e venha a ser Progressistas, porque acho que ele ocupa uma posição aí (Campos) e ocupará uma posição importante dentro do partido para o futuro do PP dentro do estado do Rio como um todo, num projeto que passa por agora e passa pelo futuro. Acredito, sinceramente, que, independentemente da posição partidária de cada um e das convicções, quem torce pelo êxito município de Campos e pela importância de Campos no cenário como um todo, vê nesse momento uma franca recuperação do município, principalmente quando a gente lida com esses dados. É claro que é um município desigual como o Brasil todo é desigual (...) Ser prefeito e ser vereador numa cidade como Campos, que tem esse padrão de riqueza no mar, de perspectivas, mas ao mesmo tempo que olha para sua população, que precisa sim de apoio no social, você tem que ter alguém que trafegue muito bem nesses dois mundos. Acho que a escolha dele para conduzir, foi muito acertada e vejo que ele consegue ter tamanho suficiente para entender tudo isso, processar isso e também habilidade política. Essa é a minha avaliação.
Vitória no primeiro turno? — Olha, no cenário de hoje, sim. Volto a dizer, com menos comportamento aqui de torcedor, de alguém que o admira, mas com o dado da realidade hoje, sim. Então esse favoritismo, ele decorre de uma análise bastante fria. Que quando você olha, e eu não olhei dado de pesquisa, mas minha percepção da eleição de Campos, eu fiz uma votação em Campos superior a 5 mil votos e andei muito no município, e tenho a temperatura que é muito recente da eleição de 2022 e também de desses desdobramentos até aqui. Então vejo que esse cenário é um cenário bastante provável, mas não pode ter já ganhou, não pode ter nenhum tipo de empáfia, ela não pode ter nenhum tipo de soberba... E ele sabe muito bem disso, e principalmente essa postura e a manutenção desse ambiente de relação com a Câmara e o equilíbrio entre esses dois núcleos é muito decisivo. Então, se eu disse que em Macaé é um turno só e que o primeiro turno é antecipado, nesse sentido, também em Campos, apesar de ser uma eleição em dois turnos, olhando para perspectiva de uma vitória no primeiro turno, ela se concretizará na medida em que habilidade para construir esse turno antecipado se dê agora nesse conjunto, nesse nessa passagem. Então sim, a minha opinião é de que
esse cenário (reeleição no primeiro turno) é muito provável.
Ascensão de Rodrigo Bacellar — Eu tenho pouca convivência pessoal com o Rodrigo, até por uma questão de gerações. A chegada dele no ambiente da política mais estadual, na Alerj, ela coincidiu já com a minha estada em Brasília, então não tem uma convivência muito próxima sobre esse ponto de vista, mas tem um respeito muito grande pela trajetória que ele tem cumprido. Tem um aspecto aí que eu acho muito importante, ele tem um dos componentes, que é a coisa do cumprimento de palavra, de ser uma pessoa firme, é o que me dizem. Inclusive uma coisa me chamou atenção, quando houve uma tentativa de se romper um acordo político na condução dele para presidência da Alerj, ele foi muito firme na cobrança dos compromissos que tinham sido assumidos com ele. E isso é muito relevante para mim. Porque a política adora traição, mas ela tem ojeriza aos traidores, e eu vi ali um movimento de traição ao Rodrigo Bacellar e ao governador Cláudio Castro naquele momento. E ele cobrou e cobrou muito firmemente que as pessoas tivessem palavra. Que palavra, em matéria de política, é um elemento absolutamente sagrado. Você não é obrigado, você pode ser uma pessoa reticente para fechar um acordo. Que demore a fechar um acordo (...), agora tomou a decisão. Ninguém te obrigou a tomar, agora você tem que cumprir. Qualquer pessoa que lide comigo sabe muito bem que eu sou leal, absolutamente leal. Fui leal aos governos com os quais eu trabalhei e alguns deles antagônicos entre si. Mas nunca deixei de respeitar (...) Existe no Rodrigo Bacelar esses méritos e tenho acompanhado o trabalho da Alerj, à distância, mas entendo que ele reúne as qualidades para estar ali, onde está, e torço, inclusive nesses dias que ele está representando Campos e o Norte Fluminense à frente do Governo do Estado, que ele possa chamar a atenção para a importância da nossa região, o quanto essa região contribui para o Brasil e o quanto a gente precisa, de fato retomar, em Brasília o nível de representação compatível com a importância que essa região tem.