Bolsonaro diz que vai recorrer de decisão do TSE que negou investigação sobre inserções em rádios
26/10/2022 21:32 - Atualizado em 26/10/2022 21:39
Após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, negar pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para investigar a alegação de irregularidades em inserções eleitorais por emissoras de rádios do sudeste, norte e nordeste, o presidente convocou uma coletiva, na noite desta quarta-feira (26), de forma emergencial, e informou que irá recorrer da decisão do ministro, alegando que "o seu lado está sendo muito prejudicado". Em sua fala, Bolsonaro disse: "Iremos às últimas consequências dentro das quatro linhas da Constituição”. 
A campanha de Bolsonaro alegou no TSE, na última segunda-feira (24), que rádios deixaram de exibir inserções da propaganda eleitoral do candidato. A campanha pediu a investigação da denúncia e também que, para compensar, que propagandas do ex-presidente Lula (PT), deixassem de ser exibidas.
Além disso, a campanha de Bolsonaro tem divulgado que o servidor Alexandre Machado denunciou supostas irregularidades em inserções de propaganda eleitoral nas rádios. Ele foi exonerado nessa terça-feira (25) pelo TSE e procurou a Polícia Federal. Alexandre Machado disse, em depoimento, ter sido demitido após ter relatado a superiores problemas na veiculação da propaganda da campanha à reeleição do presidente em uma rádio. No entanto, ele não teria apresentado provas sobre a denúncia. 
Em nota, o TSE disse que o servidor foi desligado das funções por "indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política, que serão devidamente apuradas".
Ainda em seu discurso nesta quarta, o presidente disse: "Está comprovado a diferenciação ao tratamento dispensado ao outro candidato, que poderia, não posso afirmar, até ter participação dele em algum momento. Se o TSE não tinha nada a ver com isso, é incompreensível a demissão sumária desse servidor e da forma como ele foi conduzido para fora do TSE". 
Bolsonaro também criticou a decisão do ministro: "O senhor Alexandre de Moraes, no linguajar popular, matou no peito o processo, encaminhou para o Supremo, partiu então para o inquérito das fake news, que ele mesmo conduz. Ou seja, um inquérito que ele totalmente dono dele. Ou seja, o inquérito que ele é totalmente dono; inquérito que não segue nossa Constituição e não tem respaldo do Ministério Público". 
Na decisão que negou o pedido de investigação de irregularidades, Moraes afirmou que a campanha levantou suposta fraude às vésperas da eleição "sem base documental crível, ausente, portanto, qualquer indício mínimo de prova". O ministro ainda determinou um processo administrativo para apurar eventual desvio de finalidade no uso de recursos do fundo eleitoral na contratação da empresa de auditoria que fez a análise dos dados sobre as rádios.
Uma das empresas que teria detectado "falhas" na veiculação da propaganda de Jair Bolsonaro em emissoras de rádios recebeu mais de meio milhão de reais da campanha do atual presidente. 
O pedido de investigação também acontece após a prisão de Roberto Jefferson, apoiador do presidente, que atirou contra policiais federais e arremessou uma granada contra eles, além da divulgação de pesquisas que mostram a liderança de Lula na reta final da campanha.

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