Fator abstenção – A gente vai ter que se revezar também, para lideranças irem aí para a região. Estamos articulando para marcar aí uma carreata do Lula. As pessoas podem nos dizer: “Poxa, aqui a diferença foi grande”. Foi. Mas, dá para diminuir a diferença. O objetivo tem que ser esse. E tem que ser mirar nas abstenções. As abstenções foram o problema. O Lula não ganhou a eleição no primeiro turno por causa das abstenções.
Cores – Outra questão importante agora é o visual. O Bolsonaro se apropriou de forma indevida de símbolos nacionais; se apropriaram do verde e amarelo. Vai ser um processo. O Lula tem me falado: “Lindbergh, a gente vai usar essa Copa do Mundo e já tomar o verde e amarelo para todo mundo”. Eles se apropriaram, como se fosse uma bandeira partidária. Eu acho isso um absurdo, mas eles fizeram isso.
Diferença na votação – Eles têm 6 milhões de votos a tirar, não é uma coisa simples. Outro dia eu vi o Flávio Dino dizendo o seguinte: um estado só, Maranhão, deu 1 milhão e 600 mil votos de diferença a Lula. É a diferença de São Paulo. Porque quando os tucanos tinham chance contra a gente, abriam de 6 a 8 milhões de votos para disputar com a gente. Um milhão e 600 mil em São Paulo, a gente tira no Nordeste. Eu diria que a grande questão é Minas Gerais, com a entrada do governador Zema. Quando o governador entra, pode ter uma mobilização de prefeitos, e em Minas Gerais sempre foi o seguinte: quem ganha em Minas, ganha no Brasil. É a máxima que dizem, porque Minas é uma espécie de “tem de tudo”.
Busca por eleitores de Tebet e Ciro – Primeiro, falando das cores (mudança sugerida por Tebet), nós vamos virar uma Salgueiro: vermelho e branca. É errado dizer que vamos trocar o vermelho pelo branco. No Ceará, você vê, o PT elegeu no primeiro turno o Elmano (de Freitas). É uma turma que é vermelha, quer Lula. É a identidade dela. E a gente não vai dizer para esse cara: “Tira o vermelho e vai de branco agora”. Mas, eu sei que, lá em Nova Iguaçu, a cidade em que eu fui prefeito, tem umas senhoras que votam no Lula, mas que não vestem o vermelho. É demais para elas. Mas, elas podem ir com o branco. Paz na política contra esse ódio. Tem gente que votou na Simone, que votou no Ciro, vai votar no Lula, mas é muito mais confortável para eles irem de branco. É esse movimento que a gente está fazendo para influenciar milhões de pessoas.
Institutos Federais – As universidades e os institutos federais não sobreviverão na hipótese, que não vai acontecer, de um novo governo Bolsonaro. Vocês viram o tamanho dos cortes, houve uma grita muito grande, Bolsonaro recuou, mas acabou. Acabou essa política de expansão das universidades para o interior. Acabou essa política de expansão dos institutos federais. Quem conhece o Jefferson (Manhães, reitor do IFF), pergunte a ele das dificuldades agora para se manter. Não são novos investimentos. Então, eu diria que essa eleição é decisiva para isso. Vocês conhecem a expansão que houve nas universidades aí em Campos e todo o Norte Fluminense, todo o Noroeste.