Lindbergh Farias fala de apoio a Lula e estratégias do PT para a região
Arnaldo Neto, Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira e Matheus Berriel 15/10/2022 08:15 - Atualizado em 15/10/2022 09:41
Lindbergh Farias
Lindbergh Farias / Divulgação
Deputado federal eleito no Rio de Janeiro, Lindbergh Farias (PT) aponta que a abstenção do 1º turno impediu a possibilidade de Lula (PT) liquidar a fatura no último dia 02. Para enfrentar Jair Bolsonaro (PL) no próximo dia 30, o petista, entrevistado do Folha no Ar dessa sexta-feira (14), prega a adoção de estratégias específicas para cada região do país, incluindo a mudança de cores proposta por Simone Tebet (MDB) e a busca pelo voto de Ciro Gomes (PDT).
Estratégia no 2º turno – A gente está fazendo um mapa nacional, e para algumas regiões a gente dá uma tarefa, que é de diminuir a diferença; em alguns lugares, ampliar. Eu vou dar o exemplo do Ceará, onde o Lula teve algo em torno de 66%. O objetivo agora é ir para 75%, porque lá teve o voto no Ciro, que ficou em terceiro. A gente está fazendo isso estado por estado, município por município. No Norte Fluminense e no Noroeste... Em Campos, 58% a 34% (para Bolsonaro). O que a gente vai ter que fazer agora é uma ofensiva aí, para diminuir a diferença. E o que é que a gente vai ter que falar? A gente está concentrando numa batalha de informações. Eu estou aqui com todas as realizações do Lula em Campos. A gente está preparando panfletos, em que a gente quer comparar, porque é impressionante a ausência de realizações do Bolsonaro.

Fator abstenção – A gente vai ter que se revezar também, para lideranças irem aí para a região. Estamos articulando para marcar aí uma carreata do Lula. As pessoas podem nos dizer: “Poxa, aqui a diferença foi grande”. Foi. Mas, dá para diminuir a diferença. O objetivo tem que ser esse. E tem que ser mirar nas abstenções. As abstenções foram o problema. O Lula não ganhou a eleição no primeiro turno por causa das abstenções.

Cores – Outra questão importante agora é o visual. O Bolsonaro se apropriou de forma indevida de símbolos nacionais; se apropriaram do verde e amarelo. Vai ser um processo. O Lula tem me falado: “Lindbergh, a gente vai usar essa Copa do Mundo e já tomar o verde e amarelo para todo mundo”. Eles se apropriaram, como se fosse uma bandeira partidária. Eu acho isso um absurdo, mas eles fizeram isso.

Diferença na votação – Eles têm 6 milhões de votos a tirar, não é uma coisa simples. Outro dia eu vi o Flávio Dino dizendo o seguinte: um estado só, Maranhão, deu 1 milhão e 600 mil votos de diferença a Lula. É a diferença de São Paulo. Porque quando os tucanos tinham chance contra a gente, abriam de 6 a 8 milhões de votos para disputar com a gente. Um milhão e 600 mil em São Paulo, a gente tira no Nordeste. Eu diria que a grande questão é Minas Gerais, com a entrada do governador Zema. Quando o governador entra, pode ter uma mobilização de prefeitos, e em Minas Gerais sempre foi o seguinte: quem ganha em Minas, ganha no Brasil. É a máxima que dizem, porque Minas é uma espécie de “tem de tudo”.

Busca por eleitores de Tebet e Ciro – Primeiro, falando das cores (mudança sugerida por Tebet), nós vamos virar uma Salgueiro: vermelho e branca. É errado dizer que vamos trocar o vermelho pelo branco. No Ceará, você vê, o PT elegeu no primeiro turno o Elmano (de Freitas). É uma turma que é vermelha, quer Lula. É a identidade dela. E a gente não vai dizer para esse cara: “Tira o vermelho e vai de branco agora”. Mas, eu sei que, lá em Nova Iguaçu, a cidade em que eu fui prefeito, tem umas senhoras que votam no Lula, mas que não vestem o vermelho. É demais para elas. Mas, elas podem ir com o branco. Paz na política contra esse ódio. Tem gente que votou na Simone, que votou no Ciro, vai votar no Lula, mas é muito mais confortável para eles irem de branco. É esse movimento que a gente está fazendo para influenciar milhões de pessoas.

Institutos Federais – As universidades e os institutos federais não sobreviverão na hipótese, que não vai acontecer, de um novo governo Bolsonaro. Vocês viram o tamanho dos cortes, houve uma grita muito grande, Bolsonaro recuou, mas acabou. Acabou essa política de expansão das universidades para o interior. Acabou essa política de expansão dos institutos federais. Quem conhece o Jefferson (Manhães, reitor do IFF), pergunte a ele das dificuldades agora para se manter. Não são novos investimentos. Então, eu diria que essa eleição é decisiva para isso. Vocês conhecem a expansão que houve nas universidades aí em Campos e todo o Norte Fluminense, todo o Noroeste.

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