Na tribuna, Helinho Nahim (Agir), parlamentar oposicionista, disse que se alguém for afastado por um segundo, ele votaria a cassação de Wladimir Garotinho a partir de janeiro. O vice-presidente da Casa de Leis, Juninho Virgílio (União), por sua vez, disse que o prefeito não tem envolvimento com esse trâmite, que é algo exclusivo do Legislativo. Ele disse ainda que os parlamentares de oposição vão poder designar as testemunhas do processo.
Marquinho falou que havia, nos corredores, a conversa de que os processos não iriam andar, mas que isso mudou nos últimos dias.
— Dois meses de papo furado de que os processos de cassação não iriam andar. Mas do outro lado, ouvimos que vai andar. Vou ser vidente, pode ser de numa segunda, terça, que vão afastar Rogério Matoso (União), Maicon Cruz (PSC), Nildo Cardoso (União) e Marquinho do Transporte (PDT) ou Luciano Rio Lu (PDT). Por coincidência, os quatro suplentes andam pela Prefeitura. Vou continuar sendo vidente. Aí afastam quatro ou seis vereadores e votam na terça a eleição da Mesa. Se a Justiça não intervir, na quarta votam a LDO com 40% de remanejamento. E se continuar, Rosinha fica limpa e as contas de Wladimir também são votadas.
Helinho foi além e falou até em votar a cassação do prefeito Wladimir Garotinho se houver algum afastamento de vereador. “Vou ser mais objetivo. Se eu ou qualquer um dos 13 vereadores for afastado, cassado por um segundo sequer, você, prefeito, vai esticar a corda pela última vez. O que você anda falando nos corredores, de que tem medo por ter perdido maioria, aí você terá medo de verdade. Se seu plano der errado, eu vou votar sua cassação. Aí você vai ter problema. Não é ameaça, é afirmação. Se cassar por um segundo, se seu plano der errado, tenho certeza que a Justiça não vai concordar, mas se isso acontecer, tenha a certeza de que em janeiro você terá de tomar muito Rivotril”.
Raphael Thuin (PTB) afirmou que apenas a população poderia tirar os vereadores da Câmara. “Só o povo pode tirar alguém aqui. Quando o presidente Fábio Ribeiro cogita um golpe, só quem pode tirar é o plenário, com todos os vereadores que foram votados pela população. Isso é crime, se o presidente deixar isso acontecer tem que ser preso. Caso a mesa casse sem passar pelo plenário é um golpe na cara de 600 mil pessoas que votaram e estão sendo feitas de trouxa”.
Juninho Virgílio declarou que esse é um processo que envolve apenas o Legislativo. “Tinha tanta coisa boa, mas entraram na confusão. O prefeito não tem nada a ver com isso, é um processo da Câmara. É direito de vocês trazerem testemunhas. Primeiro que não é cassação, o termo certo é perda de mandato. Cabe à Mesa, de ofício, abrir esses processos”
A atual Mesa Diretora abriu o processo alegando que os vereadores da oposição faltaram a pelo menos cinco sessões dentro do mês de março, o que feriria o artigo 14 da Lei Orgânica do município.