Um motorista de ônibus ficou na mira de um assaltante na madrugada da última quarta-feira (23), na Rodoviária Roberto Silveira, no Centro de Campos. A ação criminosa dura aproximadamente 1 minuto. Diversos registros do tipo de crime estão sendo observados na área central do município nas últimas semanas. Uma câmera de segurança no local registrou o momento do crime.

De moto, o criminoso se aproxima do motorista, armado, e rende a vítima, que corre para dentro do coletivo. No entanto, ele retorna assustado e entrega o celular ao bandido, que foge em seguida. A polícia investiga o crime.

Um comerciante do local, que preferiu não se identificar, falou sobre a situação e a falta de segurança na rodoviária.

"A imagem já diz tudo. O principal terminal rodoviário da cidade não tem a devida segurança. Os guardas que ficam ali durante o dia, muitas vezes multam os trabalhadores que param pra descer mercadoria, mas de noite não tem nenhum guarda de olho nessa parte da rodoviária para realmente guardar e proteger o local", comentou.

Daniela Macedo Gouvea é funcionária de um comércio do terminal rodoviário. Ela pede por mais segurança para trabalhadores e população no local.

"Aqui a insegurança ocorre direto. São moradores de rua, usuários de droga e assaltos. A segurança é precária. Pedimos por mais segurança porque não temos nenhuma aqui. Muitos moradores de rua, andam com faca, com pedaço de piso, o que tem para agredir e eles agridem e não tem hora. Às vezes a pessoa está distraída aqui na rodoviária com o celular, passa um, sai correndo e já era, infelizmente. Essa é a realidade que temos hoje. No dia do assalto, às 5h da manhã, pelo que eu fiquei sabendo, não tinha ninguém. Esse horário não tem nada, segurança zero mesmo", relata Daniela. 

A estudante de 19 anos Kethelen Fátima pega ônibus na rodoviária todos os dias para fazer o trajeto entre a casa dela e a faculdade. Ela também comentou sobre a falta de segurança no local.

"Me sinto insegura aqui na rodoviária, principalmente no período da noite, por que depois das 22h fica vazio e como eu faço faculdade à noite, eu preciso vir pra cá e aqui é cheio de moradores de rua, nem todos mexem com a gente mas mesmo assim a gente se sente insegura. Eu dependo daqui para poder ir para Ponta da Lama e é bem distante, e eu só consigo pegar transporte daqui", relata. 

O taxista Julio Santos explicou que o prejuízo pela falta de segurança afeta o ganha-pão dos trabalhadores.

"Sou taxista aqui na rodoviária há 20 anos e eu falo um pouco sobre a insegurança na rodoviária que é total, sempre casos de furto, brigas e de dia ainda você vê algum policial ou outro, mas na parte da noite é abandono total e muitos dos taxistas, às vezes, não querem nem trabalhar aqui à noite pela falta de segurança, que é constante. Mesmo com as câmeras que tem espalhadas pela rodoviária, tenho a impressão de que elas não funcionam ou não inibem os marginais. Com a certeza da falta de segurança, pelo medo, despenca o faturamento de nós, trabalhadores. E diante do último caso de assalto, eu acho que não vai acontecer nada. Como sempre, impunidade, é assustador", enfatizou.

A Auto Viação 1001 falou, em nota, sobre o acontecimento. "Na noite da última quarta-feira, 23 de abril, um de seus motoristas teve seu telefone celular pessoal roubado nas dependências do Terminal Rodoviário Roberto da Silveira, em Campos dos Goytacazes-RJ. A empresa lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a segurança de seus colaboradores, estando à disposição das autoridades para colaborar com quaisquer esclarecimentos", disse a empresa.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou, através de nota, que o 8º Batalhão de Polícia Militar "realiza policiamento ostensivo e preventivo em todo o município de Campos dos Goytacazes, com suas radiopatrulhas em seus roteiros e o Grupamento de Motopatrulhas que aumenta ainda mais o alcance das equipes policiais militares no terreno".

A PMERJ reforçou ainda sobre a importância da colaboração da população realizando denúncias - o telefone do Disque-Denúncia é (21) 2253-1177 - e acionando nossas equipes pela Central 190 ou via Aplicativo 190. "Os registros nas delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que os procedimentos investigativos sejam iniciados", informou.

A Folha entrou em contato também com a Guarda Civil de Campos e com a Polícia Civil para saber sobre a investigação do caso, mas ainda aguarda retorno.