Músico deficiente visual reclama de dificuldades para se locomover no Centro de Campos
Rafael Khenaifes e Pedro Henrique Figueiredo - Atualizado em 14/12/2024 10:28
Falta de estrutura para deficientes visuais
Falta de estrutura para deficientes visuais / Rodrigo Silveira
O Deficiente visual, Luiz Felipe Rangel de Paula, de 22 anos, comentou sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia no Centro de Campos, apontando a falta de estrutura. Os pisos táteis é só mais um desafio enfrentado por esses deficientes. Luiz Felipe possui uma deficiência total da visão. Além dos quebrados pisos táteis quebrados, ele falou do problema de bicicletário em meio ao caminho, o que segundo ele, prejudica a passagem. Uma parte do centro da planície goitacá faz parte do trajeto dele. Caminhar, passear e ter uma rotina como qualquer outro é comum para a maioria das pessoas. Mas para quem é portador de deficiência visual o comum torna-se difícil, podendo ser facilitado pela acessibilidade. Na última quinta-feira, dia 5 de dezembro, foi celebrado o Dia Nacional da Acessibilidade. A data tem o objetivo de estimular a conscientização da população na construção de uma sociedade mais inclusiva, atendendo a igualdade de direitos reconhecida pela constituição brasileira.
A Lei nº 10.098, criada no início do ano 2000, foi a primeira totalmente voltada à acessibilidade. A visão era quebrar barreiras no dia a dia, fossem elas urbanas, arquitetônicas, nos transportes ou na comunicação. O objetivo era garantir a autonomia das pessoas com deficiência e oportunidade para todos.
 Os pisos táteis são faixas de alto-relevo fixadas no chão para fornecer auxílio na locomoção dos deficientes visuais. Eles fornecem suporte para auxiliar na caminhada das pessoas com algum tipo de deficiência visual, seja elas crianças, idosos ou até mesmo turistas que passam pela cidade.
Deficiente Visual
Deficiente Visual / Rodrigo Silveira
"Fizeram o planejamento dos pisos em Campos, colocaram ali no chão, mas sempre que andamos de 10 em 10 metros, tem um poste no meio do piso", disse Luiz.

O uso da bengala prateada ou branca é para quem é deficiente visual total. A bengala verde é para quem tem baixa deficiência visual, para quem ainda tem um grau de visão. E a bengala vermelha é para quem tem a deficiência visual e um grau de deficiência auditiva.
Deficiente Visual
Deficiente Visual / Rodrigo Silveira
"Eu uso a bengala vermelha, pois tenho um grau de deficiência auditiva", comentou Luiz Felipe, deficiente visual e auditivo de Campos.
Luiz Felipe Rangel de Paula é portador de deficiência visual desde os 4 anos de idade. Ele foi mordido por um Pitbull, depois desse acidente, ele veio a ter a deficiência.
"Depois disso eu vim para o educandário São José Operário, me reabilitei aqui, para ter minha dependência nas ruas, na escola, no trabalho, quer onde fosse meu futuro. No meu dia a dia eu consigo fazer tudo, ir ao centro e agir minhas coisas, uso aplicativo de banco no celular, também faço Pix. A única coisa que mexe com a gente é para atravessar a rua, ver ônibus, essas é a maior dificuldade para nós deficientes visuais", contou Luiz.
O jovem ainda contou um pouco da falta de estrutra na cidade da problemática enfrentada durante o seu trajeto dia após dia.
"Os pisos táteis em Campos trazem dificuldades para os deficientes visuais e outros que precisam utilizá-los, o centro de Campos é cheio de pisos táteis, porém com algumas falhas como postes no meio dos pisos, muitos quebrados e sem suporte para os deficientes, muitas pessoas colocam bicicletas nos pisos dificultando a passagem de quem precisa desses tipos de pisos. Ainda um outro problema que dificulta nossa passagem são os bicicletários. A atenção tem que ser redobrada com tantos problemas e esperamos que todos os transtornos sejam resolvidos. O direito de ir e vir e segurança quanto a prevenção de acidentes são direitos de todos", ressaltou Luiz.
Deficiente Visual
Deficiente Visual / Rodrigo Silveira
"Hoje em dia sou empregado, carteira assinada, sou professor de braile e faço faculdade de música, tem sido uma experiência diferente para mim. Estou buscando ter uma igualdade com os demais alunos da faculdade, porque eles ainda estão vendo questão de material", complementa Luiz Felipe.
A prefeitura de Campos, em nota, informou que sobre as placas táteis, importantes para a mobilidade das pessoas com deficiência visual, consta no projeto de revitalização do Centro que todas que estiverem soltas, quebradas e também nos trechos que estiver faltando, vão passar por reposição. (R.K, P.H.F) 

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